Jeniffer Castro, a bancária de Belo Horizonte que viralizou nas redes sociais ao se recusar a trocar de assento com uma criança durante um voo de Rio de Janeiro a Belo Horizonte, anunciou que irá processar tanto a companhia aérea quanto a mãe da criança envolvida no episódio. Em entrevista recente ao “Cola Mais Podcast”, ela compartilhou sua versão dos fatos e o impacto que a situação teve em sua vida.
O caso, ocorrido em dezembro de 2024, gerou uma grande repercussão, com Jeniffer sendo filmada em plena aeronave, ignorando os pedidos de uma mãe para que trocasse de lugar com seu filho. Nas imagens, Jeniffer aparece usando fones de ouvido, claramente desconectada dos apelos da passageira. “Poderiam ter me perguntado se eu estava precisando de alguma coisa, ou se estava incomodada com a passageira, mas não. Ficaram do lado deles”, afirmou Jeniffer no podcast, explicando que se sentiu injustiçada pela forma como foi tratada pela companhia aérea.
a mãe começou a gravar a mulher sentada no avião só porque o filho dela ficou esperneando querendo sentar na janela e a moça no seu direito não deu o lugar, daí a mãe do menino achou de bom tom filmar a moça durante o voo… é cada uma!! pic.twitter.com/reauLIkNUL
— matheus (@whomath) December 4, 2024
O caso que viralizou
Jeniffer, de 29 anos, se tornou uma figura conhecida nas redes sociais após o episódio no voo, que gerou discussões sobre educação, empatia e as regras de convivência entre passageiros durante viagens aéreas. No entanto, o momento que deveria ser um simples mal-entendido se transformou em um grande imbróglio, com Jeniffer sendo acusada de falta de empatia pela reação que teve ao se recusar a trocar de lugar. O vídeo, que foi amplamente compartilhado, mostrou a mãe da criança insistindo para que Jeniffer cedesse o lugar, o que ela se recusou a fazer.
“Eu entrei no avião e a criança estava no meu lugar. Eu cheguei e disse: ‘olha, esse é meu assento.’ Eu esperei ele sair. Um rapaz que estava no corredor falou assim: ‘troca com ele. Você senta no corredor e ele senta no seu lugar.’ E eu falei não”, explicou Jeniffer em uma entrevista concedida ao programa “Encontro” ainda em dezembro de 2024. Ela revelou também que, após o pedido de troca ser recusado, o menino chorou durante praticamente todo o voo de 50 minutos, o que aparentemente gerou mais tensão na situação.
Jeniffer relatou que, além de ser alvo de críticas nas redes sociais, foi também muito julgada pela mãe da criança, que ela descreveu como sendo “muito sem educação” durante o incidente. A bancária afirmou que o episódio teve um grande impacto em sua vida, levando-a a refletir sobre as medidas legais que tomaria para se proteger.
A reação nas redes sociais
Surpreendentemente, Jeniffer recebeu uma onda de apoio nas redes sociais após o incidente. Mesmo sendo alvo de críticas por parte de muitas pessoas, uma grande quantidade de internautas se posicionou em defesa da mulher, questionando o comportamento da mãe e do próprio sistema de aviação. Foi criado até um fã-clube no Instagram em sua defesa, e sua popularidade nas redes disparou, alcançando dois milhões de seguidores.
A situação é pior do que eu imaginava, a família da criança birrenta do avião tinha um lugar na janela, mas a criança queria justo o da Jeniffer. A diva negou e está certíssima, se antes eu estava 100% com ela agora eu tô 1000%. pic.twitter.com/L7hFNcv9d6
— FOFOQUEI (@FOFOQUEl) December 6, 2024
Jeniffer aproveitou o momento para fechar contratos de publicidade e ampliar sua visibilidade online. “O que eu passei não foi fácil”, desabafou, reconhecendo a pressão e as dificuldades que enfrentou diante da grande exposição que o episódio gerou. Em declarações anteriores, a bancária já havia mencionado a possibilidade de entrar com uma ação judicial. “Medidas estão sendo tomadas”, afirmou ao “Encontro”, deixando claro que buscaria a Justiça para resolver o conflito.]
Como são as regras de troca de assento?
Embora a situação tenha gerado tanta controvérsia, é importante destacar que, de acordo com as regulamentações da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), não há obrigatoriedade para a troca de assentos entre passageiros, exceto em casos específicos relacionados à segurança. Normalmente, as trocas de lugares são feitas por gentileza, mas não podem ser impostas.
No entanto, a ANAC estipula que passageiros com menos de 16 anos devem viajar acompanhados de um adulto responsável, uma regra que vale independentemente do assento previamente marcado. A lei visa garantir que crianças estejam sempre sob supervisão durante o voo, mas não garante o direito de ocupar um assento específico, como na janela, por exemplo. A criança, mesmo que tenha sido alocada no assento de Jeniffer, não tinha o direito de ocupar aquele lugar exclusivamente, o que poderia ter sido explicado com mais clareza pela companhia aérea.
O processo contra a companhia aérea e a mãe da criança
A decisão de Jeniffer em processar a companhia aérea e a mãe da criança vem após ela sentir que foi desrespeitada e injustiçada. De acordo com suas declarações, a forma como foi tratada pelos funcionários da companhia e pela própria mãe da criança a levou a acreditar que seus direitos como passageira não foram respeitados. “Eu entrei no avião e, em vez de me perguntarem se eu estava confortável ou se estava tudo bem, simplesmente ficaram do lado deles”, disse Jeniffer.
Jeniffer afirmou que o processo contra a mãe da criança se deve ao tratamento inadequado que ela recebeu durante a situação. Para a bancária, a falta de educação da mãe foi um dos pontos que mais a incomodou, já que, segundo ela, a mulher foi insistente e agressiva nas abordagens.