Mais de 17 anos após o desaparecimento de Madeleine McCann, uma nova linha de investigação reacende as esperanças, e as dúvidas, em torno de um dos casos mais emblemáticos da história recente. Dessa vez, o foco se volta para um homem britânico e sua esposa alemã, descritos por testemunhas como alcoólatras e emocionalmente instáveis na época do desaparecimento da menina.
“Segredo doloroso” e uma denúncia ignorada
A nova teoria surgiu após o relato da irmã do homem britânico, que afirmou às autoridades que ele poderia estar escondendo algo grave sobre o sumiço de Madeleine. Segundo ela, desde o dia 3 de maio de 2007, quando a menina desapareceu do quarto do resort em que estava hospedada com os pais e os irmãos gêmeos, em Portugal, o comportamento do irmão mudou drasticamente. A mulher chegou a dizer que ele parecia carregar um “segredo doloroso”.
Esse depoimento, compartilhado com a polícia do Reino Unido em 2018, sugeria que Madeleine poderia ter sido atropelada acidentalmente, possivelmente enquanto o casal dirigia alcoolizado nas proximidades do Ocean Club, local onde a família McCann passava férias.
Pedido de operação secreta foi negado
De acordo com o jornal português Correio da Manhã, as autoridades alemãs teriam recusado um pedido para executar uma operação secreta, na qual um agente disfarçado se aproximaria da mulher alemã com o objetivo de obter uma confissão. O plano visava confirmar a teoria de que ela estaria ao volante no momento do acidente e, em pânico, teria escondido o corpo da criança com ajuda do marido.
Apesar da recusa, a polícia portuguesa manteve a suspeita ativa por um período, entrevistando vizinhos do casal. Uma moradora relatou ter ouvido uma discussão intensa entre os dois, no dia seguinte ao desaparecimento. Segundo ela, o homem gritava: “Por que você a trouxe?”, frase que ecoou como um possível indício de envolvimento.

Possíveis coincidências e mais uma pista
Outro detalhe que chamou a atenção dos investigadores foi um relato sobre um carro, semelhante ao usado pela mulher na época, em que foram vistas uma mulher e uma menina por volta da mesma hora em que Madeleine desapareceu. A polícia considerou a possibilidade de que a criança dentro do veículo pudesse ser ela.
Ainda segundo o jornal, o homem britânico nunca confirmou nem negou à irmã qualquer envolvimento com o caso. Ele faleceu antes que mais perguntas pudessem ser feitas. A atual situação da esposa alemã não foi divulgada.
Buscas retomadas em Portugal
Na semana do dia 5 de junho, uma nova força-tarefa realizou escavações em áreas próximas ao Algarve, a pedido da Justiça alemã. A ação, que contou com a participação de agentes portugueses e alemães, buscava vestígios físicos que pudessem finalmente esclarecer o paradeiro de Madeleine. As buscas duraram três dias, mas, até o momento, não há confirmação de descobertas relevantes.
Enquanto as investigações seguem sem conclusões definitivas, a nova teoria levanta novamente questões delicadas sobre o que realmente aconteceu naquela noite de maio. O nome de Christian Brueckner, investigado anteriormente como principal suspeito, continua sendo o foco oficial das autoridades, apesar de novas pistas como essa ganharem espaço.
Para os pais de Madeleine, cada nova informação representa uma esperança, por menor que seja, de finalmente obterem respostas. E para o mundo todo, o caso permanece como um lembrete doloroso de que há histórias que, mesmo após tantos anos, ainda clamam por justiça.