A história de Natalia Grace ganhou os holofotes novamente com a série documental “A Boa Família Americana”, do programa de streaming Hulu. Adotada por um casal americano, Kristine e Michael Barnett, Natalia parecia finalmente ter encontrado um lar. Mas tudo mudou quando, de forma controversa, sua idade foi alterada de cerca de 10 anos para 22, e ela foi deixada sozinha em um apartamento em Indiana, enquanto os Barnett se mudavam para o Canadá. Enquanto a série mergulha nas acusações trocadas entre Natalia e seus pais adotivos, uma parte importante da história parecia estar faltando: onde estavam seus pais biológicos?
É aí que entra Anna Gava, a mulher que gerou Natalia e que, por muitos anos, viveu completamente fora dos holofotes.
Anna Gava enfrentou uma decisão difícil ao dar Natalia para adoção
Anna Gava nasceu na Letônia e depois se mudou para a Ucrânia. Casou-se com Vadik, com quem teve duas filhas: Yulia e Natalia. O relacionamento acabou antes do nascimento de Natalia. Durante a gravidez, os médicos informaram a Anna que o bebê nasceria com uma condição rara: a menina teria membros curtos, pescoço pequeno e outras limitações físicas.

Segundo os médicos, a bebê teria uma vida muito difícil, talvez presa a uma cama ou cadeira de rodas, e precisaria de cirurgias que custariam cerca de 100 mil dólares, um valor completamente fora da realidade da família. Diante disso, Anna foi aconselhada a deixar a filha em um orfanato, na esperança de que outra família pudesse oferecer os cuidados necessários.
Em 4 de setembro de 2003, às 6h25 da manhã, foi quando Natalia nasceu. Após o parto, Anna seguiu o conselho médico e deixou a bebê sob os cuidados do Estado. Ela foi informada depois que a menina recebeu o nome de Natasha, mais tarde mudado para Natalia, e viveu no orfanato por cinco anos, até ser adotada por uma família americana.
Anna acreditava que Natalia teria uma vida melhor nos Estados Unidos
Quando soube da adoção, Anna recebeu fotos da filha e dos pais adotivos. Ela foi orientada a não interferir e a confiar que Natalia finalmente teria acesso às cirurgias e ao suporte de que precisava. Durante anos, Anna acreditou que tinha feito o melhor pela filha, até que, em 2019, a verdade bateu à sua porta.
Investigadores foram até sua casa em Mykolaiv, na Ucrânia, e fizeram um teste de DNA. O resultado: 99,999% de compatibilidade. Anna era, sem dúvida, a mãe biológica de Natalia Grace.
Ela sonha com um reencontro com a filha
Anna reconstruiu sua vida. Após Yulia e Natalia, teve mais três filhos: Miroslav, Kira e Deniska. Mesmo depois de tudo, o nome de Natalia nunca deixou seus pensamentos. Em entrevistas, ela expressou arrependimento e tristeza por ter deixado a filha. Disse que gostaria de vê-la novamente, apresentar seus irmãos e pedir perdão.
No entanto, Natalia, agora adulta, não sabe se está pronta para reabrir essa porta. Ela contou no documentário “O Curioso Caso de Natalia Grace” que sente dor ao lembrar do abandono no dia do seu nascimento. Apesar de ter hoje uma nova família e irmãos com quem cresceu, Natalia ainda está digerindo toda a complexidade da situação.