Manoel Marins, pai da jovem Juliana Marins, utilizou suas redes sociais para compartilhar um dos momentos mais delicados que ele e sua esposa, Estela, enfrentaram desde a perda da filha. A jovem de 26 anos faleceu em junho durante uma trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia, e desde então a família tem vivido um luto profundo.
Uma lembrança que virou dor
Nesta quarta-feira, 30, Manoel descreveu a difícil decisão de abrir a mochila que Juliana levava durante a viagem. O item, guardado desde o retorno ao Brasil, permaneceu intacto até o momento em que o casal sentiu forças para encarar os pertences da filha. Segundo o pai, esse foi mais um dos inúmeros episódios marcados por saudade e emoção que eles têm enfrentado.
“Ontem eu e Estela tivemos mais um misto de emoção e saudade”, relatou. “Não que a saudade não esteja presente no nosso cotidiano, mas às vezes ela vem mais forte”.
O peso dos objetos e das memórias
Manoel detalhou a experiência dolorosa de mexer nas coisas da filha. A cada item retirado da mochila, sejam roupas ou objetos pessoais, vinham à tona memórias marcantes. “Até então, ela estava dentro da mesma caixa em que saiu da Indonésia. À medida em que retirávamos seus pertences, nosso coração apertava”, contou.
Ver cada peça foi, para o casal, como reviver momentos de felicidade ao lado da filha, o que intensificou a dor de sua ausência. “Cada peça de roupa, cada objeto, nos remetia a uma gama de lembranças e sentimentos dos momentos felizes que passamos juntos”, continuou.
A ausência que permanece
O relato seguiu com uma reflexão sincera e tocante sobre a ausência física da filha. “E veio a tristeza de constatar que agora ela está presente apenas em nossas mentes e corações. Não mais fisicamente”, escreveu Manoel.
Ele descreveu o que chamou de “presença da ausência”, um vazio que insiste em permanecer, mesmo quando cercado por recordações. Ainda assim, demonstrou esperança em dias menos dolorosos: “Sei que esse sentimento nos visitará muitas vezes ainda. Mas também sei que a cada dia ele será mais leve”.
Música, fé e resiliência
Para ilustrar esse sentimento de continuidade mesmo diante da perda, Manoel citou uma música do cantor Gonzaguinha: “Diga lá, meu coração, que ela está dentro do meu peito e bem guardada, e que é preciso, mais que nunca, prosseguir”.
O pai concluiu a publicação com palavras de fé, acreditando que não estão sozinhos em sua jornada de luto. “É o que procuraremos fazer, na certeza de que o Eterno continuará a enxugar nossas lágrimas e não nos abandonará jamais”, finalizou. Ele ainda compartilhou uma imagem tirada por Juliana na Tailândia, durante a mesma viagem.

O que causou a morte de Juliana Marins?
Segundo informações divulgadas pelo portal G1, a jovem faleceu devido a múltiplos traumas causados por uma queda de altura durante a trilha. O laudo da Polícia Civil do Rio de Janeiro apontou que a morte ocorreu por hemorragia interna, associada a lesões graves em órgãos vitais. Juliana teve ferimentos em diversas partes do corpo, incluindo crânio, tórax, abdômen, pelve, membros e coluna.