Sou mineira e minha família toda mora em Belo Horizonte. Como estamos “sozinhos” em SP, sem poder contar com a família a todo momento, às vezes tenho que recorrer à pessoas de minha extrema confiança. Confesso que, no início, foi bastante difícil. Não por confiar nas pessoas, mas por já seguir uma determinada rotina e minhas filhas já terem a confiança dos pais sempre por perto.
Um dia, minha filha mais nova estava com muita febre e eu estava sozinha em casa com as duas. Como estamos sem carro no momento, eu precisava levá-la ao hospital, pois a febre só aumentava e eu já não sabia mais o que fazer. Resultado, tirei a mais velha da cama (pois já estava dormindo), interfonei pra uma vizinha de super confiança e pedi uma ajuda. Tive que deixar a Nina com a vizinha, pois não sabia quando voltaria do hospital e qual seria o diagnóstico. No momento, ela chorou, disse que queria ir junto, mas a minha amiga a acalmou e eu disse a ela que voltaria assim que a Maitê melhorasse. A todo momento, eu pensava na Nina… Se estava bem, se tinha acalmado, se tinha comido, como estava passando no decorrer da noite. Não liguei, pois senti que não havia tanta necessidade e que poderia acordar a todos. Hoje, não sinto culpa alguma em pedir ajuda e em deixar as minhas filhas com alguém em quem eu confie… Ter alguém com quem contar nas horas de “desespero” ou até pra um dia de “folga de mãe” é essencial. Posso dizer que sou privilegiada por ter pessoas tão queridas ao nosso lado.