Um trágico acidente envolvendo um Boeing 787 da Air India deixou o mundo em alerta nesta quinta-feira (12). A aeronave, que havia decolado rumo ao aeroporto de Gatwick, em Londres, caiu pouco depois de deixar o solo. O voo transportava 53 britânicos entre os mais de 240 ocupantes. Segundo a polícia local, 204 corpos foram encontrados, com apenas dois sobreviventes confirmados.
As primeiras imagens divulgadas ajudam especialistas a levantar hipóteses sobre o que pode ter levado ao desastre. A autoridade de aviação indiana também confirmou que o comandante da aeronave declarou emergência, utilizando o termo internacional “mayday”.
Estol: possível perda de sustentação durante a subida
Uma das suspeitas principais gira em torno do chamado estol, uma condição crítica em que a aeronave deixa de gerar a sustentação necessária para manter-se no ar. No vídeo do acidente, é possível notar o avião com o nariz muito inclinado para cima e, ao mesmo tempo, perdendo altura gradualmente.
Esse tipo de comportamento pode indicar que o jato estava muito próximo do limite de sustentação. O Boeing 787, como outros modelos modernos, é equipado com sistemas de alerta que avisam os pilotos sobre esse risco, inclusive com vibração no manche.
Usuários nas redes sociais comentaram sobre a possível posição incorreta dos flaps, componentes que ajudam na sustentação, especialmente durante decolagens e pousos. Temperaturas elevadas, o avião carregado e tanques cheios de combustível são fatores que, combinados, podem contribuir para o estol.
🚨 URGENTE:
— Picture Planet 🇧🇷🦂 (@hudgalo) June 12, 2025
Veja o momento da queda de um Boeing 787-8 Dreamliner, da Air India, na cidade de Ahmedabad. A bordo seguiam 242 pessoas. O avião seguia com destino a Londres e caiu logo após a decolagem, atingindo diversas casas. o acidente aconteceu nessa quinta-feira dia 12.… pic.twitter.com/GhSqMNlNJI
Segundo o especialista em segurança aérea Gerardo Portela, “a perda de sustentação parece clara nas imagens”. No entanto, ele pondera que falhas nos flaps ainda não podem ser confirmadas por conta da distância das filmagens. “É uma possibilidade a ser avaliada, assim como o excesso de peso ou o mau balanceamento da carga”, afirmou.
Problemas nos motores: falha rara, mas possível
Outro ponto que chama a atenção dos investigadores é a aparente dificuldade da aeronave em ganhar altitude. Isso pode indicar uma perda de potência nos motores, especialmente se ambos foram afetados, algo extremamente incomum, mas não impossível.
O jornal britânico Express afirmou que as últimas palavras do piloto para a torre de controle foram: “falha de motor”. Situações como essa podem ter origens diversas, desde combustível contaminado até a entrada de aves nas turbinas.
Casos famosos reforçam essa possibilidade. Em 2009, o voo da US Airways que aterrissou no rio Hudson foi atingido por pássaros. Já em 2019, um Airbus da Ural Airlines teve situação parecida e conseguiu pousar em segurança. Em ambos os casos, ninguém morreu.
Cálculo de peso e balanceamento: um detalhe essencial
Outro fator investigado é o peso total da aeronave no momento da decolagem. O avião precisa estar dentro de limites exatos de carga e bem equilibrado para voar com segurança.
Se a aeronave estiver sobrecarregada, especialmente na decolagem, pode enfrentar dificuldades para subir, algo que coincide com as imagens do acidente. O peso é calculado com base na quantidade de passageiros, bagagens, carga transportada e combustível.
Esse tipo de falha, apesar de menos dramática que uma falha mecânica, pode ser igualmente fatal se não for detectada antes da decolagem.
Investigação está em andamento
As autoridades indianas já iniciaram a apuração dos fatos e, nas próximas semanas, devem divulgar os resultados preliminares. A caixa-preta da aeronave será peça fundamental para entender os últimos minutos antes da queda.
Enquanto isso, especialistas continuam analisando todos os dados disponíveis para entender o que causou esse trágico acidente. As três hipóteses, estol, falha de motor e problemas com o peso, ainda estão sendo consideradas.