Nos últimos dias, o nome de um guia indonésio ganhou destaque nas redes sociais e emocionou internautas de todo o mundo. Agam Rinjani, experiente montanhista local e especialista dessa região vulcânica, tornou-se símbolo de coragem e empatia ao tentar resgatar Juliana Marins, brasileira que faleceu durante uma trilha no vulcão Monte Rinjani, na Indonésia.
Um herói em meio à tragédia
A comoção em torno do caso não se deve apenas à triste perda de Juliana, mas também ao esforço sobre-humano de Agam, que liderou as buscas mesmo diante de condições extremas. O trajeto onde ocorreu o acidente é repleto de perigos naturais, e ainda assim, ele decidiu seguir adiante com a missão de resgate.

Conhecedor profundo da geografia do Monte Rinjani, Agam não hesitou em organizar uma operação improvisada, contando com recursos limitados e praticamente nenhum suporte oficial. A cada dia, ele e um colega encaravam o caminho acidentado por mais de seis horas, com neblina espessa e terreno escorregadio. O guia foi ajudar no resgate após tomar conhecimento do caso pelas redes sociais, e fez tudo por conta própria, sem qualquer ajuda de custo ou obrigação, e ainda fez questão informar todos os passos do processo
O recolhimento do corpo precisou aguardar algumas horas devido às condições climáticas foi um processo longo que durou por volta de 7 horas. Agam e um colega de equipe velaram o corpo de Juliana por todo o momento até que a operação fosse finalizada.
O reconhecimento nas redes sociais
A coragem do guia não passou despercebida. Milhares de pessoas utilizaram suas plataformas digitais para agradecer e elogiar sua iniciativa. Em um dos comentários mais compartilhados, uma usuária afirmou:
“Independente do desfecho, temos que reverenciar o guia Agam Rinjani que, de forma voluntária, montou equipe e foi em busca da Juliana mesmo em um território inóspito, mesmo sem estrutura e apoio do governo da Indonésia. Nossa eterna gratidão, Agam Rinjani.”
Essa manifestação é apenas uma entre muitas outras que destacam não só a competência técnica, mas também a empatia e humanidade de Agam.
A operação de resgate improvisada
Vídeos divulgados pelo próprio Agam em seu perfil nas redes mostram o ambiente desafiador em que tudo ocorreu. Barracas simples, cordas, capacetes e poucos equipamentos evidenciam a precariedade da missão. Mesmo assim, ele seguiu firme na tentativa de encontrar Juliana e trazer respostas à família.
O local onde a jovem foi encontrada é um desfiladeiro profundo, entre 500 e 600 metros abaixo da trilha principal. A remoção do corpo foi feita no dia 25 de junho, em uma operação delicada conduzida com o apoio da equipe que Agam formou.

Monte Rinjani: beleza e perigo
Localizado na ilha de Lombok, o Parque Nacional do Monte Rinjani é famoso por suas trilhas desafiadoras e paisagens exuberantes. No entanto, a beleza natural vem acompanhada de riscos reais. O local é remoto, de difícil acesso e com mudanças climáticas imprevisíveis, fatores que tornam qualquer missão de resgate ainda mais arriscada.
Além disso, o fuso horário da região é 11 horas à frente do horário de Brasília, o que dificultou a comunicação e o acompanhamento em tempo real da tragédia.