Toda grávida já deve ter ouvido falar sobre o famosos teste do pezinho. Mas, afinal, por que ele é tão relevante? Esse exame diagnostica doenças que costumam causar consequências graves à saúde do recém nascido. “O teste é importante, porque é feito numa fase precoce, quando o bebê ainda não apresenta manifestações evidentes ao exame físico que ajudem na detecção da doença”, explica a endocrinologista, professora de medicina da USP (Universidade de São Paulo), Tânia Sanchez Bachega, mãe de Fernanda e Luíza.
O Programa Nacional de Triagem Neonatal foi instituído no dia 6 de junho de 2001 e dá o direito de todos os recém-nascidos fazerem o teste do pezinho. E caso o exame dê positivo, a lei também garante que o bebê receba o tratamento e medicações necessárias, também na rede pública.
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“O teste é bem simples. É feita uma punção no calcanhar da criança e as gotinhas de sangue são depositadas num papel e enviadas para o laboratório”, explica a especialista. A coleta deve ser realizada entre o segundo e o quinto dia de vida do bebê.
O exame consegue identificar a seguintes doenças:
– Hipotireoidismo Congênito – Interfere na produção de hormônios da tireoide;
– Fenilcetonúria – doença genética caracterizada pela falta de tirosina (aminoácido);
– Hemoglobinopatias – alteração da hemoglobina que causa doenças, como anemia falciforme;
– Fibrose Cística – altera a produção de suor produzindo substâncias mais espessas e de difícil eliminação;
– Hiperplasia Adrenal Congênita – provoca uma deficiência na produção de hormônios pelas glândulas supra-renais ou adrenais;
– Deficiência da Biotinidade – é a falta da vitamina biotina no organismo.
A endocrinologista explicou que nas maternidades de São Paulo o teste já ocorre no hospital, mas no restante da rede pública do Brasil os pais precisam levar o bebê até as Unidades Básicas de Saúde. “Por isso é muito importante a conscientização sobre a necessidade da coleta nos primeiros dias de vida da criança. O diagnóstico precoce e o tratamento imediato podem prevenir deficiência intelectual ou até o óbito”.
Outra coisa, os pais não podem esquecer de retornar para pegar os exames e ficar atentos ao chamado do hospital caso algum resultado dê positivo. “No Programa Nacional do Teste do Pezinho, quando um exame dá positivo, o laboratório convoca a família para fazer um segundo exame mais específico”, afirma a especialista. Alguns resultados são chamados de falso-positivos, por isso é preciso ser feito um segundo teste que dirá com certeza se a criança tem a doença ou não.
*Por Jéssica dos Anjos, filha de Adriana e Marcelo