Aconteceu a Abrin 2024, a Feira Internacional de Brinquedos. Nela a gente consegue saber o que estará nas prateleiras das lojas neste ano. Um dos tripés da brincadeira é o brinquedo (os outros são tempo e espaço). Portanto, claro que nos interessa – e muito – saber como é que esta indústria gigante está pensando os brinquedos com os quais nossos filhos vão brincar.
É prá isso que estamos aqui. Bora ver o que teve de bom e de ruim. Dessa forma, a gente vai poder escolher melhor o que comprar para os nossos filhos e para presentear a infinidade de amiguinhos da escola em 2024.
Não muda nunca – que pena!
Ao longo dos anos (já são oito só de Abrin), vemos ainda uma predominância de estereótipos de gênero na classificação dos brinquedos disponíveis. As opções “para meninas” frequentemente voltadas para o cuidado doméstico e os bebês; enquanto os brinquedos “para meninos” enfatizam aventura, raciocínio e desafio.
Veja, tudo certo ter bonecas, carrinhos, coisas de casa, blocos de construção, princesas, heróis, pelúcias fofinhas e dinos gigantes. Estes brinquedos são ótimos, dominam o mercado e que bom que estarão nas lojas. Não estou falando do brinquedo, mas da classificação dada aos brinquedos.
Poxa, não tá na hora de buscarmos por categorias mais diversificadas, que permitam às crianças explorar uma variedade de interesses e habilidades? Fica a esperança de que um dia, algum lojista ou fabricante, tenha a ousadia de separar brinquedos em novas categorias como aventura, fantasia, desafio, coleções. Quem sabe, né?
Ausência sentida
Outra coisa que sentimos falta na feira foi a presença dos brinquedos STEAM. A empolgação de dois anos atrás com os brinquedos que integram Ciência, Tecnologia, Artes e Matemática parece ter diminuído, com poucos fabricantes. O que é uma pena, pois eles são super importantes pra estimular o raciocínio e a criatividade das crianças.
As estrelas da feira
Ahhh, por outro lado, que alegria ver como os jogos de tabuleiro ressurgiram das sombras há uns 9 anos e continuam se renovando e surpreendendo. Foram as estrelas da Abrin, em nossa opinião. Os clássicos continuam firmes, garantindo lugar na preferência dos lojistas.
Mas tem cada jogo inovador, diferente, instigante. Amamos a criatividade e os tabuleiros lindamente pensados. Um luxo. Se você estiver em dúvida sobre qual brinquedo escolher, os jogos de tabuleiro são uma aposta segura, especialmente as versões de bolso, que são a última tendência, tornando-os ainda mais acessíveis e práticos para levar em qualquer lugar. Invista!
Aliados para limitar o tempo de tela
As telas, sempre elas. A indústria de brinquedos tem todo interesse em ser parceiros de mães, pais na árdua luta de tirar as crianças das telas. Afinal, de 15 anos para cá, os brinquedos não competem mais entre si. Mas com smartphones e tablets. Os lojistas do setor concorrem com a Amazon, e as Sephoras da vida. A indústria de brinquedos, então, tem buscado integrar a tecnologia de forma inteligente para atrair a atenção das crianças.
Por fim, os adultos
No Tempojunto cansamos de dizer que brincar é bom para os adultos também. Você pode não acreditar, mas a indústria de brinquedos já reconhece há tempos a importância do brincar também para os mais crescidos, como uma forma de desestressar e estimular a imaginação. Portanto, não se surpreenda ao encontrar uma variedade de produtos voltados para os “Kidults”, que despertam a nostalgia e a emoção em pessoas de todas as idades.
Empresas que se destacaram em nossa avaliação:
- Xalingo: blocos de construção inovadores que estimulam a criatividade e a resolução de problemas.
- Hape: alemã chegando no Brasil. Brinquedos de madeira que integram tecnologia de forma criativa e educativa.
- Grow, Copag e Nig: versões de bolso de jogos clássicos e jogos de tabuleiro inovadores, criativos e lindos.
- Hugge Games: também nova no Brasil. Jogos para crianças mais velhas e adolescentes que abordam temas relevantes da vida real. Criança de 10, 11 e 12 anos brincam sim!
- Turminha da Millie: jogos e brinquedos educativos com foco em saúde mental e emocional. Bom para profissionais de atendimento e acolhimento de crianças.
- Paper Games e Mitra: empresas que oferecem jogos educativos e criativos para diferentes faixas etárias.
Lacunas e Oportunidades:
- Crianças de 7 a 12 anos: essa faixa etária apresenta uma lacuna no mercado, com apenas 31% das crianças sendo presenteadas com brinquedos (olha a concorrência das telas aí). Há um grande potencial para explorar novas ideias e conceitos.
- Inclusão social: adaptar os brinquedos para crianças com deficiência é uma área de mercado sub-atendida com grande potencial. Recado para o mercado: crianças brincam. Todas elas, viu? Quanto mais inclusivo, mais mercado. Não precisa inventar a roda.
Dicas para Escolher Brinquedos:
- Considere a idade e os interesses da criança: escolha brinquedos adequados à faixa etária e que despertem o interesse da criança.
- Explore as diferentes categorias: aventura, fantasia, desafio e coleções podem despertar a paixão pela brincadeira. Tenha brinquedos de diferentes tipos, materiais e propostas.
- Priorize o brincar livre: opte por brinquedos que possibilitem várias formas de brincar. Aqueles que brincam sozinhos e as crianças só olham, não são boas opções. Fuja deles.
- Brinque junto com a criança: compartilhe momentos de diversão e crie momentos únicos com seu filho.