O vídeo de um pai agredindo uma criança durante uma apresentação de festa junina em uma escola particular no Distrito Federal gerou forte comoção nas redes sociais. O episódio aconteceu no último domingo (15/6), em Vicente Pires, e foi registrado por pessoas presentes no local. As imagens mostram o momento em que o homem empurra o menino de 4 anos, aponta o dedo em sua direção e o segura pelo pescoço, deixando a criança visivelmente assustada.
Segundo relatos, o desentendimento teria começado após uma briga entre o filho do agressor, de 3 anos, e o outro menino. A cena chocou os familiares e convidados que estavam na escola assistindo às apresentações, provocando um tumulto generalizado.
Defesa se pronuncia e aponta episódios de agressão anteriores
A advogada do homem, identificado como Douglas Filipe Parisio Lima, de 41 anos, se manifestou por meio de nota à imprensa. Marleide Anatolia Pereira da Silva afirmou que seu cliente reconhece o erro cometido e se sente “profundamente arrependido, triste e envergonhado” com sua atitude.
A defensora alega que a motivação da agressão está ligada a episódios recorrentes de bullying sofridos pelo filho de Douglas na escola. Segundo ela, o menino vinha sendo constantemente alvo de agressões físicas por parte do colega. “Ele tem sido alvo de constantes episódios de bullying e agressões físicas dentro do ambiente escolar, praticadas reiteradamente pelo colega”, afirmou.
Ainda conforme Marleide, a família buscou apoio da instituição de ensino diversas vezes, comunicando professores e pedindo providências. No entanto, ela relata que houve negligência por parte da escola. “O que encontraram foi uma postura de omissão, silenciamento e conivência, que contribuiu para a perpetuação das agressões”, declarou.
A Advogada do homem de 41 anos que agrediu uma criança durante festa junina revela que a criança estava MACHUCANDO e INTIMIDANDO o filho há tempos, inclusive durante a apresentação, sem intervenção da escola e nem dos responsáveis.
— Update (@updatecharts) June 17, 2025
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Reação emocional e tentativa de justificar o ato
A advogada também ressaltou que o comportamento de Douglas foi influenciado por uma carga emocional acumulada. “É preciso compreender o contexto: um pai que vê seu filho, por meses, ser agredido e humilhado sem qualquer respaldo institucional, e que, em desespero, age movido pela urgência de proteger o que tem de mais precioso”, disse.
Ela reforçou que, apesar disso, ele não busca se isentar das consequências legais. “Ele não nega a falha na forma como reagiu, tampouco deseja se esquivar de suas responsabilidades”, afirmou.
Caso está sendo investigado
Logo após o ocorrido, a Polícia Militar do Distrito Federal foi acionada para conter a situação. Durante a confusão, uma policial civil que estava no local tentou dar voz de prisão ao agressor, mas foi agredida com um tapa no rosto por Douglas. Ele foi contido pelos presentes e levado à 8ª Delegacia de Polícia (Estrutural), onde foi registrado um termo circunstanciado. Em seguida, todos os envolvidos foram liberados.
A apuração do caso está agora sob responsabilidade da 38ª Delegacia de Polícia (Vicente Pires). A defesa do pai afirma que ele está colaborando com as autoridades e prestando todos os esclarecimentos necessários. “Este episódio será enfrentado com a seriedade que merece, respeitando os trâmites legais e as pessoas envolvidas”, concluiu a advogada.
Repercussão nas redes sociais e apelo por medidas
O vídeo da agressão viralizou nas redes sociais, levantando debates sobre bullying, responsabilidade das escolas e a forma como adultos devem reagir em situações envolvendo seus filhos. Pais, educadores e internautas manifestaram repúdio à violência, mas também questionaram o papel da escola em garantir a segurança emocional das crianças.