Cristian Cravinhos, conhecido nacionalmente por sua condenação no caso do assassinato dos pais de Suzane von Richthofen, voltou a ser assunto nas redes sociais. Desta vez, o motivo está ligado à sua vida amorosa. Amanda Barbieri, de 37 anos, decidiu tatuar o nome de Cristian no pescoço, demonstrando o envolvimento afetivo que desenvolveu com ele nas últimas semanas.
Apesar do histórico do parceiro, Amanda não se intimida com os julgamentos externos. “Não dou a mínima para o que as pessoas pensam. Tenho muito orgulho do Cristian, do nome dele, de tudo que vem junto”, declarou. A tatuagem, feita recentemente, ganhou visibilidade após ser divulgada pelo colunista Ulisses Campbell, do jornal O Globo, e rapidamente repercutiu nas redes sociais.
Desde o início de março, Cristian está em liberdade no regime aberto. Ele cumpre pena de 42 anos por sua participação no crime que chocou o país em 2002, além de tentativa de suborno. Apesar do passado, Amanda diz estar convicta do relacionamento. “Nos conhecemos pelo Instagram, na época em que ele estava tendo as saidinhas. Depois que saiu definitivamente, fui atrás dele. A nossa história é bem diferente de tudo que já vivemos. A gente tem muita certeza de tudo”, contou.

A decisão de eternizar o nome do namorado na pele despertou reações diversas entre o público. Ainda assim, Amanda se mostra firme e determinada em sua escolha, sem demonstrar arrependimento ou insegurança. Segundo ela, o gesto representa não apenas uma demonstração de amor, mas também um ato de resistência frente ao preconceito que o casal enfrenta.
Cristian, por sua vez, se mostrou emocionado com a homenagem e afirmou que pretende retribuir da mesma maneira. “O amor tem dessas coisas”, comentou, ao falar sobre a surpresa com o gesto de Amanda. Ele revelou que está planejando tatuar o nome da companheira em seu corpo como forma de agradecimento e reforço da conexão que vem construindo com ela.
Além da tatuagem e das declarações de amor, o casal tem dado outros passos importantes no relacionamento. Amanda revelou que os dois estão montando um apartamento juntos, sinalizando que a relação caminha para algo mais sólido e estável. A mudança rápida no relacionamento levanta questionamentos, mas os dois afirmam que estão convictos do que sentem.
Em paralelo à exposição do casal, o nome de Cristian Cravinhos segue envolvido em outras questões judiciais. O filho dele, por exemplo, entrou com um pedido no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para anular a paternidade. O processo, que também ganhou atenção da mídia, revelou o distanciamento familiar e os impactos do passado de Cristian na vida de seus descendentes. Em entrevista recente, o jovem justificou a ação dizendo sentir vergonha da ligação com o pai biológico.
Filhos de Elize Matsunaga e Cristian Cravinhos recorrem à Justiça para tirar nome dos pais dos documentos
A maioria das pessoas carrega o sobrenome da família com orgulho, como se fosse um pedaço da própria história. Mas e quando esse nome vem carregado de dor, vergonha ou memórias de crimes que chocaram o país? Segundo Ulisses Campbell, colunista de True Crime no portal ‘O Globo’, essa é a realidade enfrentada por filhos e filhas de pessoas envolvidas em crimes famosos — como os casos de Elize Matsunaga e Cristian Cravinhos.
Esses jovens decidiram recorrer à Justiça para apagar da certidão o nome dos pais e tentar construir uma vida, longe do estigma que herdaram sem ter culpa. Apesar de parecer radical, a lei brasileira já reconhece que, em alguns casos, isso pode ser a melhor solução.
Um novo começo no papel e na vida
Um exemplo que chamou atenção foi o do filho de Cristian Cravinhos, condenado por participar do assassinato dos pais de Suzane von Richthofen. Hoje com 27 anos, o rapaz conseguiu retirar o nome do pai da certidão de nascimento e da carteira de identidade. O sobrenome “Cravinhos” já havia sido excluído desde 2009, mas o jovem queria ir além e apagar completamente o vínculo com o pai nos documentos.
A razão é que ele nunca teve contato com o pai, sofreu bullying e passou por diversas mudanças de escola após o crime vir à tona. Para ele, manter o nome do pai na certidão era um lembrete constante de um passado que ele nunca escolheu viver.A decisão foi unânime entre os ministros da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que levaram em conta a ausência total de vínculo afetivo, o abandono e os danos emocionais causados pela exposição pública.
Quando a Justiça entende o lado dos filhos
A lei brasileira garante que ninguém deve pagar pelos crimes de outra pessoa — especialmente os filhos. Mas na prática, carregar um sobrenome envolvido em casos famosos pode causar muito sofrimento.
Por isso, a Justiça permite a exclusão do nome dos pais nos seguintes casos:
- Erro no registro civil
- Ausência de vínculo biológico
- Inexistência de laço afetivo
- Adoção após abrigo (quando já há um novo vínculo familiar)
Cada pedido é avaliado e o juiz analisa se realmente há motivos legítimos para alterar a filiação.
Caso da filha de Elize Matsunaga?
Outra situação delicada envolve a filha de Elize Matsunaga, condenada por matar e esquartejar o marido, Marcos Matsunaga, em 2012. A menina tinha apenas um ano na época do crime e hoje está sob a guarda dos avós paternos, que tentam, na Justiça, anular a maternidade de Elize.
Eles alegam que a presença do nome da mãe nos documentos pode ser prejudicial para o bem-estar da adolescente. Elize, por sua vez, argumenta que quer exercer o direito de ser mãe e que nunca cometeu nenhum crime contra a filha.
Mesmo assim, ela própria decidiu apagar o sobrenome Matsunaga dos seus documentos. Agora, se apresenta como Elize Araújo Giacomini — talvez na tentativa de também recomeçar.
Novos nomes, novas chances
A própria Suzane von Richthofen também mudou seu nome oficialmente para Suzane Louise Magnani Muniz, adotando sobrenomes da avó materna e do atual companheiro.
O irmão de Cristian, ex namorado de Suzane e que também foi cumplice do crime cometido em 2002, Daniel Cravinhos, também já trocou de sobrenome duas vezes — cada vez que se casou, deixando para trás um pouco da antiga identidade. Ele alega que já foi expulso de um restaurante onde estava com a namorada, pois o gerente disse que não aceitava pessoas como ele no estabelecimento.

Quando é possível fazer mudanças no documento
- Anulação de maternidade ou paternidade: A Justiça pode autorizar a retirada do nome do pai ou da mãe dos documentos em casos de erro no registro, falta de vínculo biológico, ausência de relação afetiva ou após adoção de crianças que já tinham outra filiação registrada
- Alteração do nome ou sobrenome: o nome pode ser trocado uma vez, sem precisar justificar o motivo, por qualquer pessoa maior de 18 anos, direto no cartório. Já o sobrenome pode ser alterado quantas vezes forem necessárias, especialmente por casamento, divórcio ou mudança de vínculo familiar.
Mas atenção: se o cartório suspeitar de má-fé ou de uma tentativa de esconder antecedentes criminais, o caso vai parar na Justiça, que vai decidir se a mudança é legítima.