Manoel Marins, pai da brasileira Juliana Marins, que perdeu a vida após uma queda durante uma trilha na Indonésia, deu uma entrevista ao programa “Fantástico” neste domingo (29) e compartilhou detalhes inéditos da tragédia. Durante a conversa, ele contou sobre o que ouviu diretamente do guia que acompanhava o grupo no momento do acidente.
De acordo com o relato, o guia se afastou por alguns minutos enquanto Juliana fazia uma pausa por cansaço. “Juliana falou para o guia que estava cansada e o guia falou: ‘senta aqui, fica sentada’. E o guia nos disse que ele se afastou por 5 a 10 minutos para fumar. Para fumar! Quando voltou, não avistou mais Juliana. Isso foi por volta de 4h. Ele só a avistou novamente às 6h08, quando gravou o vídeo e o enviou ao chefe dele”, contou o pai, visivelmente abalado.
Equipamentos inadequados e ação improvisada
Manoel também expressou sua indignação com a forma como os primeiros socorros foram conduzidos no local. Segundo ele, a equipe enviada para tentar o resgate não contava com os recursos adequados para uma missão em um terreno tão desafiador.
A denúncia do pai inclui a falta de estrutura da brigada, que, segundo ele, tinha apenas uma corda como equipamento: “Jogaram a corda na direção da Juliana. Depois, no desespero, o guia amarrou a corda na cintura e tentou descer sem ancoragem.”
A tentativa improvisada de resgate teria, inclusive, colocado mais pessoas em risco, devido à ausência de técnicas seguras e suporte apropriado.
Acusações e busca por justiça
Para Manoel, três entidades são diretamente responsáveis pelo que aconteceu com sua filha: o próprio guia, a empresa que vendeu o passeio, e o responsável pela área do Parque Nacional do Monte Rinjani, por não ter acionado as autoridades de forma rápida e eficaz.
Em sua visão, o descaso e a negligência de todos os envolvidos contribuíram para o desfecho trágico. “Essas três partes falharam com a minha filha. Ela confiou naquele passeio, naquela organização, e pagou com a vida”, disse.
Desdobramentos do caso
O caso de Juliana Marins ganhou repercussão internacional e gerou uma onda de comoção nas redes sociais, especialmente entre brasileiros que já visitaram a Indonésia ou têm planos de realizar trilhas pelo país.
Até o momento, ainda não há confirmação oficial sobre a abertura de investigações locais envolvendo os nomes citados por Manoel. O consulado brasileiro acompanha o caso e presta suporte à família.
A entrevista de Manoel expôs não só o luto de um pai, mas também uma cobrança por responsabilidade e mudanças nas condições de segurança oferecidas a turistas em trilhas internacionais.