O passeio de balão que deveria proporcionar momentos de encantamento acabou se transformando em uma das maiores tragédias recentes no turismo de Santa Catarina. No último sábado (21), em Praia Grande, um balão pegou fogo em pleno voo, deixando oito pessoas mortas e outras 13 feridas. O acidente, que chocou o país, aconteceu poucos minutos após a decolagem.
Na noite de domingo (22), o piloto Elves de Bem Crescêncio, que estava no comando da aeronave, conversou com o programa Fantástico e revelou detalhes sobre os momentos de pânico vividos a bordo. A entrevista foi marcada por emoção e relatos dolorosos.
Desespero no ar: balão sobe novamente
Segundo o piloto, o incêndio começou dentro do cesto do balão, mais especificamente em um dos maçaricos, e as chamas se espalharam rapidamente. Com a situação saindo de controle, alguns passageiros tomaram a difícil decisão de saltar durante um pouso forçado.
“Eu pulei, mas o balão subiu com quem não conseguiu”, contou Elves, visivelmente abalado.
A perda de peso causada pelas pessoas que pularam fez com que o balão subisse novamente, ainda em chamas, com passageiros que não conseguiram escapar a tempo. O cenário descrito por Elves é de completo desespero:
“Era todo mundo tentando apagar o fogo com casaco, tentando fazer alguma coisa”, relembrou.
Imagens registradas dentro do balão, exibidas pelo programa, mostram os ocupantes tentando conter as chamas, discutindo possíveis saídas e tentando manter a calma.
Quatro vítimas saltaram, outras quatro foram carbonizadas
A Polícia Civil informou que quatro vítimas morreram ao saltar da aeronave, enquanto outras quatro não conseguiram sair a tempo e foram encontradas carbonizadas após a queda. A tragédia deixou a cidade em estado de choque e causou comoção nacional.
Após o acidente, todos os voos turísticos com balões foram temporariamente suspensos em Praia Grande.
Investigações e assistência às famílias
O piloto afirmou que, logo após o acidente, ligou para o serviço de emergência e permaneceu no local, prestando todas as informações às autoridades. As investigações estão em andamento para apurar as causas do incêndio e possíveis responsabilidades.
A empresa responsável pelo passeio, Sobrevoar, declarou seguir todos os protocolos exigidos pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e afirmou estar prestando apoio às famílias das vítimas.
Mesmo em um cenário tão difícil, o caso reacende o alerta para os cuidados e exigências de segurança em passeios turísticos envolvendo aeronaves. A apuração completa ainda está sendo conduzida, mas o episódio destaca a importância da manutenção rigorosa, treinamento das equipes e respeito às normas de aviação para garantir que experiências como essa não terminem em tragédia.