O caso da gêmea “desaparecida” tem gerado muita repercussão, especialmente porque todos os exames apontavam uma gestação de gêmeos, mas após o parto, a mãe recebeu apenas um bebê, e esse erro gerou desconfiança e angústia na mãe, Kathelen Tavares, e em sua família. A polícia iniciou uma investigação e então, foi finalmente explicado pelas autoridades de saúde do Rio de Janeiro o que, de fato, aconteceu.
O ultrassom e as consultas que apontavam gêmeos
Durante a gravidez, Kathelen realizou dois exames de ultrassom – um em agosto e outro em dezembro – além de várias consultas médicas. Em todos esses exames, foi identificado que ela estava grávida de gêmeos. A mãe sempre ouviu os batimentos cardíacos de dois bebês, e até mesmo em um cardiotoco, exame realizado no hospital para verificar os batimentos do bebê, foram registrados dois batimentos distintos, indicando a presença de dois fetos.

Mesmo com toda a documentação confirmando a gestação de gêmeos, a mãe se viu em uma situação angustiante no momento do parto. Ao ser internada no Hospital da Mulher Mariska Ribeiro, em Bangu, ela foi preparada para o nascimento de duas crianças. Roupinhas foram separadas, a sala de parto foi organizada para receber os dois bebês.
O momento do parto
Após o nascimento de uma das gêmeas, a mãe só conseguiu ouvir o choro de um bebê. Mesmo tentando se comunicar, ela estava bastante sonolenta por conta da anestesia, e foi informada pelos médicos de que não havia outro.
“Escutei o choro de uma das gêmeas, e elas colocaram ela em cima de mim, mas eu não conseguia reagir muito devido à anestesia”, contou Kathelen, emocionada, em entrevista. “Quando tentei falar, disseram que não havia outro bebê e que eu estava confundindo as coisas”, completou.
O que aconteceu realmente?
O que parecia um grande mistério foi, finalmente, explicado pelo Secretário de Saúde do Rio de Janeiro, Danilo Soranz. Segundo ele, o erro ocorreu devido a uma falha nos exames realizados durante a gestação. Na verdade, Kathelen estava esperando um único bebê, mas devido a um erro técnico no primeiro ultrassom, que envolvia o saco gestacional, e também no cardiotoco, que captou batimentos cardíacos em dois pontos diferentes do corpo da mãe, surgiu a falsa impressão de que ela estava grávida de gêmeos.
“Foi um erro de interpretação dos exames”, explicou Soranz. “O cardiotoco, que é o exame que mede os batimentos do bebê, registrou dois pontos diferentes, o que levou à conclusão equivocada de que havia dois bebês. Isso gerou uma confusão tanto nos médicos quanto na família”, disse o secretário, garantindo que o erro foi identificado e a confusão foi resolvida.

O caso segue sendo investigado
Apesar da explicação oficial, o caso não acabou. A mãe, Kathelen, registrou uma denúncia sobre o ocorrido e a situação está sendo investigada pela polícia. A equipe médica do hospital está colaborando com a investigação para que o erro não se repita e para que a família receba todo o suporte necessário.