De uma hora para outra, os noticiários se encheram de informações sobre gripe aviária. E o motivo foi a detecção do vírus H5N1 em uma granja no Rio Grande do Sul. E como toda notícia de doença nova (ou que volta a circular), é normal que as famílias fiquem preocupadas, principalmente quando se trata da saúde das crianças.
Mas antes de se desesperar, vale a pena entender o que está acontecendo. A boa notícia é que o risco de transmissão para humanos, especialmente para as crianças, é extremamente baixo.
O que é a gripe aviária?
A gripe aviária é causada pelo vírus H5N1, um tipo de influenza que circula entre aves, principalmente as selvagens. Só que, às vezes, esse vírus acaba infectando aves de criação, como galinhas. O problema é que esse vírus é considerado patogênico, o que significa que ele tem capacidade de causar doença em um hospedeiro.
O H5N1 já foi detectado em mamíferos selvagens, mas aqui no Brasil, até agora, não houve registro de transmissão entre pessoas. Em geral, a infecção só pode acontecer quando alguém tem contato muito próximo com aves doentes, o que não é a realidade da maioria das famílias urbanas.

Carne de frango e ovos transmitem a gripe aviária?
Essa é uma das maiores preocupações. Afinal, frango e ovos fazem parte da rotina alimentar de muitas famílias brasileiras. Mas pode respirar tranquilo: o risco de contaminação pelo consumo desses alimentos é praticamente inexistente, no entanto, há riscos maiores caso sejam consumidos crus.
O vírus não sobrevive ao calor do cozimento. Isso significa que um frango assado ou aquele ovo mexido do café da manhã não oferecem perigo. O maior risco está mesmo no contato direto com aves doentes, como pode acontecer em granjas contaminadas.
Então, por que o H5N1 preocupa tanto?
Apesar de o risco atual ser baixo, o que preocupa os cientistas é a capacidade do vírus de sofrer mutações. Hoje, o H5N1 não tem uma proteína que permitiria a ele se espalhar com facilidade entre humanos. Mas se, em algum momento, o vírus “aprender” esse truque, o cenário pode mudar.
Inclusive, desde 2020, o vírus começou a aparecer em mais países e infectar mais espécies de mamíferos. Esse comportamento da expansão de contaminação deixa os pesquisadores em alerta para acompanhar sua evolução.
Embora raros, os casos em humanos já aconteceram. Os sintomas costumam ser bem parecidos com os de uma gripe forte: frebre alta, tosse persistente, dor de garganta, dor no corpo ou conjuntivite. Se houver suspeita (especialmente em alguém que teve contato com aves doentes), o ideal é procurar atendimento médico imediatamente.
Existe tratamento para o vírus H5N1?
Sim. Caso o diagnóstico seja confirmado, o tratamento indicado envolve analgésicos, antitérmicos e, em alguns casos, antivirais específicos, além de muita hidratação. O mais importante, porém, é a prevenção, e ela começa com o cuidado no manuseio e preparo dos alimentos, além de evitar contato direto com aves desconhecidas ou doentes.
Há risco de o H5N1 virar uma nova pandemia?
Essa é uma pergunta que muita gente faz. Depois da pandemia da covid-19, estamos todos mais atentos. Por enquanto, o H5N1 ainda não tem a capacidade de se espalhar entre humanos como o coronavírus, por exemplo. Mas como o vírus está em constante mutação, o monitoramento é constante em todo o mundo. É de extrema importância não dar espaço para o vírus evoluir e se adaptar à infecção em outros mamíferos.