Considerada a doença respiratória mais comum durante a infância, a asma afeta cerca de 20% das crianças e adolescentes no Brasil. E mais: ela é responsável por um número expressivo de internações e visitas emergenciais. Para se ter uma ideia, a cada uma hora, sete crianças e adolescentes precisam ser internados por conta da doença, que ocupa o quarto lugar entre as principais causas de hospitalização no SUS. Informação e tratamento adequado são os melhores caminhos para garantir qualidade de vida e uma infância mais tranquila.
Para se ter uma ideia da dimensão do problema, a asma é a quarta principal causa de internação no Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com dados oficiais, a cada uma hora, sete crianças e adolescentes precisam ser internados por conta da doença. E isso não é pouca coisa. Pensando nisso, o mês de junho foi escolhido para reforçar a importância do controle da asma e ajudar pais a entenderem melhor o que fazer nesses casos.
Entendendo a asma e seus sintomas
Mas, afinal, o que é a asma? Trata-se de uma doença crônica caracterizada pela inflamação e estreitamento das vias aéreas, além do aumento na produção de muco. É justamente isso que provoca sintomas como falta de ar, tosse, chiado e aquela sensação desconfortável de aperto no peito. Quando a criança tem episódios frequentes e mais intensos desses sintomas, com idas repetidas ao pronto-socorro e internações, estamos falando da chamada asma grave.
A asma grave atinge cerca de 400 mil brasileiros e exige atenção redobrada. Isso porque, nesse quadro, mesmo com o uso correto dos tratamentos convencionais (como os famosos corticosteroides inalatórios, ou as bombinhas), as crises continuam aparecendo. Nesses casos, o acompanhamento médico especializado faz toda a diferença para garantir que a criança não fique limitada no dia a dia.
“Na infância, observamos a asma grave quando crianças apresentam sintomas ou crises respiratórias recorrentes e incapacitantes, que limitam seu dia a dia, como não conseguir praticar atividades físicas, brincar, episódios de despertar noturno e perda escolar, com visitas a salas de emergência e internações. Nesses casos, é fundamental um diagnóstico precoce e tratamento adequado, com o principal objetivo de atingir controle total da doença, para poder levar uma vida normal”, explica o Prof. Dr. Paulo Pitrez, pneumologista pediátrico do Hospital Santa Casa de Porto Alegre, do Hospital Moinhos de Vento e professor da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.

Novas possibilidades de tratamento para a asma grave
Já existem tratamentos mais avançados disponíveis para quem enfrenta a asma grave. Além das bombinhas e broncodilatadores, hoje temos os imunobiológicos: uma classe de medicamentos que atua diretamente nos mediadores da inflamação, ajudando a reduzir ou até eliminar as crises. Esse tipo de terapia é indicado para crianças que não apresentam melhora com os tratamentos convencionais.
“Por meio de um tratamento adequado da asma grave, espera-se controlar os sintomas, evitar crises, manter a função pulmonar normal e melhorar sua qualidade de vida. Os imunobiológicos, que têm como alvo os principais mediadores da inflamação, podem proporcionar o manejo adequado da doença para pacientes que não respondem à terapia inalatória padrão. Atualmente, essas terapias avançadas já estão cobertas pelos planos de saúde e disponíveis no SUS, garantindo que pacientes pediátricos com asma grave possam vivenciar a infância com mais qualidade”, complementa o especialista.
Diagnóstico precoce é essencial
O recado final é claro: não dá para ignorar os sinais. Ficar atento aos sintomas, buscar um diagnóstico precoce e seguir o tratamento correto são os passos fundamentais para garantir que crianças e adolescentes com asma possam ter uma rotina ativa, brincar, se divertir e aproveitar todas as fases da infância com segurança e saúde.
A asma pode até ser comum, mas com informação e cuidados certos, ela deixa de ser um obstáculo e passa a ser apenas mais uma parte da vida, sem impedir o crescimento e as descobertas que essa fase merece. Informação no peito e bombinha na mão, quando necessário, são aliados poderosos nessa jornada.