Se você e seu parceiro ou parceira estão tentando engravidar, aqui vai um dado que pode mudar tudo: casais que fazem acompanhamento nutricional juntos têm até 50% mais chances de sucesso em tratamentos de fertilidade. Quem garante é a nutricionista Kenia Lovizon, do Grupo Huntington Medicina Reprodutiva. E já que junho é o mês da conscientização sobre infertilidade, o Junho Laranja, não dá pra ignorar a importância do que vai para o prato nessa jornada.
Alimentação influencia diretamente a fertilidade
Segundo Kenia, o impacto da nutrição na fertilidade vai muito além de manter o peso em dia. “A nutrição impacta diretamente na qualidade dos óvulos, dos espermatozoides, no equilíbrio hormonal e na saúde uterina. Além disso, uma alimentação adequada pode amenizar sintomas e queixas clínicas comuns durante os tratamentos de fertilidade”, explica a especialista.
Ou seja: não é exagero dizer que a comida certa pode se transformar em uma aliada poderosa para quem está tentando engravidar. O que muitos ainda não percebem é que esse cuidado precisa ser dos dois, não só de quem está passando pelos procedimentos.
Quando os dois se comprometem, os resultados aparecem
Kenia conta que, muitas vezes, apenas uma pessoa do casal chega à consulta querendo mudar hábitos e melhorar a fertilidade. Mas aí, parece que algo trava o processo. “O paciente começa o tratamento e vai respondendo bem, mas parece que falta algo para alcançar o resultado final. Quando isso acontece, costumo sugerir: ‘traz o seu parceiro ou parceira também’”, compartilha.
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E o resultado costuma ser surpreendente: “É impressionante, quando o casal começa o acompanhamento junto, em vez de levar mais meses, o resultado é mais eficiente e normalmente menos demorado, mas claro que cada caso é um caso”, completa.
A nutricionista reforça que não existe fórmula mágica, cada organismo vai reagir de uma forma, e o tempo de resposta pode variar. Mas uma coisa é certa: quando os dois se envolvem igualmente, a chance de sucesso aumenta. “É 50% de cada lado. Quando o casal se compromete igualmente, o resultado chega e muitas vezes antes do esperado”, afirma Kenia.
O que colocar no prato?
A ciência já mostrou que certos nutrientes fazem diferença quando o assunto é fertilidade. Antioxidantes, ômega-3, vitaminas e minerais ajudam na qualidade dos gametas (óvulos e espermatozoides), além de atuarem positivamente no equilíbrio hormonal e na saúde reprodutiva como um todo.
E não, esse papo não vale só para quem menstrua. “É importante lembrar que fertilidade não é uma responsabilidade exclusiva da mulher. A saúde reprodutiva masculina também é sensível a fatores como estresse oxidativo, inflamações silenciosas e desequilíbrios hormonais — todos eles influenciados diretamente pela alimentação”, reforça a especialista.
Suplementos? Só com orientação!
Outro ponto que merece atenção é a famosa suplementação. Com tanta informação disponível na internet, muita gente acaba tomando vitaminas por conta própria. Mas esse não é o melhor caminho. “A suplementação precisa ser individualizada, baseada em exames, queixas clínicas e nos resultados de cada tentativa. O uso indiscriminado pode ser ineficaz ou até prejudicial à saúde”, alerta Kenia.
Muito além da fertilidade
Além de melhorar as chances de gravidez, seguir uma rotina alimentar saudável em casal traz uma série de outros benefícios: mais disposição, melhor qualidade do sono, controle do peso e até equilíbrio emocional, algo mais do que necessário durante esse processo, que pode ser longo e cheio de altos e baixos.
Para Kenia, o segredo está na parceria: “A mudança de hábitos se torna mais natural quando o casal participa junto do processo. A alimentação pode (e deve) ser uma aliada na construção da família”.
