O aumento dos casos de dengue no Brasil acende um alerta para os riscos que a doença representa para crianças pequenas. Especialistas reforçam a importância do diagnóstico precoce e da prevenção para evitar complicações. Na última quarta-feira, 19 de fevereiro, o Estado de São Paulo decretou situação de emergência em razão da gravidade da situação, que já contabilizou 199.247 casos prováveis e 104 mortes confirmadas. Entender como proteger sua família é cada vez mais importante.
A situação alarmante não está só em São Paulo. Os primeiros meses de 2025 já mostram um crescimento significativo nos casos de dengue em diversas regiões do Brasil. De acordo com o Painel de Monitoramento das Arboviroses, do Ministério da Saúde, outros estados como Tocantins e Pernambuco registraram um aumento expressivo da doença em comparação com o mesmo período do ano passado.

Entre os estados com maior número de casos prováveis por 100 mil habitantes, São Paulo lidera o número de registros. Outros estados como Acre, Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais também apresentam altos índices de incidência.
O impacto da dengue nas crianças
Os números mostram que a dengue tem um impacto preocupante na infância. Um estudo do Observa Infância, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), revelou que, em 2024, mais de 239 mil casos da doença foram notificados em crianças e adolescentes. Do total, 24,5% ocorreram em menores de 5 anos.
O risco de complicações também é maior entre os pequenos. Segundo a pesquisa, a taxa de letalidade entre crianças de 0 a 14 anos é de 6,7 óbitos a cada 100 mil casos. No entanto, entre os menores de 5 anos, esse número sobe para 39,3 óbitos, cinco vezes maior do que a faixa etária de 10 a 14 anos.
Como identificar os sintomas da dengue em crianças
A dengue pode ser silenciosa ou se manifestar com sintomas parecidos com os de outras infecções virais. Por isso, é fundamental estar atento a sinais como:
- Febre alta;
- Fraqueza muscular;
- Falta de apetite;
- Náuseas e vômitos;
- Diarreia ou fezes amolecidas;
- Manchas vermelhas na pele;
- Inflamação nos olhos;
- Dor nas articulações;
- Dor ao engolir líquidos ou alimentos.
Os pais e responsáveis devem estar atentos aos sinais. É necessário procurar atendimento imediato caso a criança apresente sintomas persistentes ou tenha algum sinal de agravamento.
Como prevenir a dengue e proteger as crianças
Existem algumas formas de reduzir os riscos da doença, como a vacinação e o uso de repelentes específicos. Mas, a melhor forma de evitar a dengue continua sendo impedir a proliferação do mosquito Aedes aegypti. Algumas medidas fundamentais são:
- Eliminar qualquer acúmulo de água parada em vasos, pneus e recipientes;
- Manter caixas d’água, tonéis e tambores bem fechados;
- Utilizar repelentes apropriados para crianças;
- Colocar telas de proteção nas janelas e nos berços dos bebês;
- Adotar roupas que protejam braços e pernas, especialmente em áreas de risco.

Vacinação contra a dengue
Recentemente, o Ministério da Saúde autorizou a ampliação do público-alvo da vacina contra a dengue, considerando o prazo de validade das doses disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). Agora, crianças e adolescentes de 6 a 16 anos podem ser vacinados, dependendo da disponibilidade de doses em cada região.
O papel da ciência na proteção da infância
A pesquisa e a disseminação de informações confiáveis são essenciais para o combate à dengue. O Núcleo Ciência Pela Infância (NCPI), criado em 2011, trabalha para levar conhecimento baseado em evidências para líderes e gestores de políticas públicas voltadas à primeira infância.
Com ações como essa, é possível conscientizar a sociedade sobre a importância da prevenção e garantir um futuro mais seguro e saudável para os nossos filhos.