Quem tem endometriose sabe: não é só uma “dorzinha” aqui e ali. A condição é crônica, inflamatória e, para muitas mulheres, altera completamente a rotina, o humor, o sono e até os relacionamentos. Mas antes que o desânimo tome conta, aqui vai uma boa notícia: o movimento pode ser um aliado poderoso, e não estamos falando de treinos exaustivos ou academia sete dias por semana.
Estudos recentes, como o da Universidade do Cairo publicado no Journal of Physical Therapy Science, mostram que a prática regular de exercícios físicos pode aliviar os sintomas da endometriose. E quando falamos em exercício, não pense logo em crossfit ou corrida pesada, a ideia aqui é mexer o corpo com consciência, respeitando os limites e buscando alívio.
Por que se mexer pode ajudar
Quando a gente se exercita, o corpo libera endorfina, um hormônio que nos faz sentir bem e que têm ação analgésica. Ela ajuda a reduzir as dores pélvicas e musculares, além de melhorarem a circulação e diminuírem a inflamação.
E tem mais: o exercício também ajuda a lidar com a parte emocional, que não pode ser ignorada. Ansiedade e depressão são muito comuns em quem convive com a endometriose, e movimentar o corpo ajuda a equilibrar esses sentimentos.

Exercício não substitui tratamento, mas é um ótimo reforço
É importante lembrar que, apesar de todos os benefícios, a atividade física deve ser vista como parte do tratamento e não como uma solução mágica. A endometriose é uma condição complexa, que pode afetar os ovários, intestinos, bexiga e outras regiões fora do útero. Ela não tem cura, mas pode ser controlada com tratamentos médicos específicos, que vão desde o uso de hormônios até cirurgias minimamente invasivas.
Estudo mostra resultados promissores
No estudo egípcio, 20 mulheres com endometriose leve a moderada participaram de sessões de exercícios três vezes por semana, durante dois meses. O resultado? Uma queda significativa na dor — de nível 4 (intensa) para nível 1 (leve). Também houve melhora na postura, com menos inclinação na parte superior da coluna.
Os especialistas apontam que isso acontece por causa da melhora na circulação sanguínea, redução da inflamação e liberação de serotonina, que regula o humor e também ajuda a diminuir a percepção da dor.
Os melhores exercícios para quem convive com a endometriose
Agora vem a parte prática. Quais exercícios realmente ajudam? Aqui vai uma seleção que pode ser feita com segurança de acordo com profissionais da saúde:
- Alongamentos suaves: ótimos para aliviar a tensão muscular na região pélvica e lombar. Pode fazer todo dia, com calma, respeitando seus limites.
- Respiração diafragmática: além de acalmar a mente, ajuda a oxigenar melhor o corpo. Inspire profundamente pelo nariz, solte pela boca… e repita com intenção.
- Caminhada leve: só 30 minutinhos por dia já fazem uma enorme diferença. Nada de exagerar, o segredo é a constância.
- Pilates clínico ou yoga terapêutica: trabalham postura, respiração e consciência corporal com baixo impacto. Ótimos para o corpo e para a cabeça.
- Natação ou hidroginástica: a água ajuda a reduzir a sobrecarga nas articulações e proporciona alívio das dores. De quebra, ainda promove bem-estar geral.
Escute seu corpo e conte com acompanhamento profissional
Nada de sair testando exercícios aleatoriamente. Cada corpo reage de um jeito, e o que funciona para uma pessoa pode não funcionar para outra. O ideal é ter o acompanhamento de um fisioterapeuta ou educador físico com experiência em endometriose. E, claro, manter o diálogo constante com o ginecologista que acompanha o caso.