Uma pesquisa inédita realizada pelo Instituto Datafolha, em parceria com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e a divisão de Beleza Dermatológica do Grupo L’Oréal, revelou um dado preocupante: cerca de 70% dos jovens brasileiros, com idades entre 16 e 24 anos, nunca passaram por uma consulta com dermatologista. O levantamento aponta um comportamento de descuido generalizado com a saúde da pele entre integrantes da geração Z.
Além dos jovens, o cenário é alarmante também entre o restante da população: 54% dos brasileiros com 16 anos ou mais, ou seja, aproximadamente 90 milhões de pessoas, nunca tiveram acompanhamento dermatológico. Os números chamam a atenção para a falta de hábitos preventivos, como autoavaliação e check-ups regulares.
Consultas são exceção, mesmo para quem nota sinais
Entre os 46% que já se consultaram com dermatologista alguma vez, apenas 27% fizeram isso no último ano, o que equivale a 12% da população total. Quatro em cada dez pessoas afirmam ter notado alterações como manchas, pintas, bolhas ou queda de cabelo nos últimos 12 meses, mas sem buscar ajuda médica.
A negligência também é expressiva entre os idosos: quase metade das pessoas com mais de 60 anos nunca procurou um especialista. E mesmo entre os que afirmam cuidar da pele, o acompanhamento médico contínuo é raro, só 6% fazem check-ups de forma regular.
Falta de acesso e desconhecimento agravam o problema
Segundo o presidente da SBD, Dr. Carlos Barcaui, um dos grandes desafios é garantir o acesso à especialidade em todo o país. “A ausência de cuidados especializados sobrecarrega o sistema público de saúde, gerando altos custos com tratamentos complexos e internações evitáveis. Por outro lado, quando o atendimento dermatológico é feito de forma preventiva e precoce, os gastos públicos são significativamente reduzidos, e a qualidade de vida da população melhora de forma expressiva”, explica o especialista.
A falta de informação também é uma barreira: 17% dos entrevistados não reconhecem o dermatologista como médico, e grande parte desconhece que esse profissional cuida não só da pele, mas também de cabelos, unhas e mucosas.
O estudo aponta que as mulheres com maior escolaridade e que vivem em grandes centros urbanos são as que mais frequentam consultórios dermatológicos. Já os homens com baixa escolaridade e sem plano de saúde são os que menos procuram esse tipo de atendimento.

Iniciativas para mudar o cenário
Diante desse panorama, a Divisão de Beleza Dermatológica do Grupo L’Oréal no Brasil tem se dedicado a promover ações que ampliem o cuidado com a pele como parte da saúde integral da população. Para a diretora geral da divisão, Hanane Saidi, a missão vai além do universo cosmético. “Acreditamos que o acesso à dermatologia é uma questão de saúde pública. Mapear a pele brasileira é um passo fundamental para compreender suas necessidades reais, respeitando sua diversidade e especificidades. Quando 70% dos jovens nunca foram a um dermatologista, estamos diante de um desafio urgente”, afirma.
Hanane reforça ainda que o levantamento feito com a Sociedade Brasileira de Dermatologia e o Instituto Datafolha ajuda a transformar conhecimento em ação. “A pesquisa (…) também fortalece o compromisso com a democratização do cuidado com a pele e com o espírito científico que sempre norteou nossa atuação: entender a população brasileira e suas rotinas dermatológicas, aproximá-la dos especialistas e promover informação de qualidade”, completa.
Cuidar da pele é cuidar da saúde
A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) também ressalta o papel crucial da educação em saúde para mudar esse cenário. Para o Dr. Carlos Barcaui, ainda há muito desconhecimento sobre a atuação dos dermatologistas e os riscos de negligenciar sinais que a pele pode dar. “Ainda falta à população a consciência de que a pele pode ser um sinal de alerta para diversas doenças, das mais simples às mais graves”, explica.
Segundo ele, cuidar da pele é essencial para a saúde integral. “Estar atento a qualquer mudança e procurar um dermatologista para check-up anual deve ser um hábito. Cuidar da pele vai muito além da estética, é uma questão de saúde”, alerta o médico.










