A menopausa é um período natural na vida das mulheres, mas pode trazer algumas mudanças desconfortáveis, como dores musculares e articulares. Essas dores estão diretamente ligadas à redução do estrogênio, um hormônio essencial para a saúde dos ossos e músculos. Mas por que algumas mulheres sentem essas dores com mais intensidade? E, mais importante, o que pode ser feito para aliviar esse desconforto?
Como a menopausa afeta o corpo e causa dores
Com a chegada da menopausa, os níveis de estrogênio diminuem, o que pode afetar várias funções do organismo. “Muitas pacientes sofrem com dor e rigidez articular e muscular, além de fadiga e dores de cabeça. As dores crônicas também podem se acentuar”, explica o ginecologista Dr. Igor Padovesi, autor do livro Menopausa Sem Medo, pai de Beatriz, Guilherme e Cecília e colunista da Pais&Filhos.
O ortopedista Dr. Fernando Jorge complementa que a queda hormonal também pode reduzir a mobilidade e a qualidade de vida. “A perda de massa muscular (sarcopenia), a diminuição da densidade óssea (osteopenia e osteoporose) e o aumento da rigidez articular comprometem a capacidade de realizar atividades diárias”, diz o especialista.
Principais dores relatadas durante a menopausa
Durante essa fase, algumas dores são mais comuns e podem afetar diversas regiões do corpo:
- Dores articulares e musculares: A artralgia (dor nas articulações) e a mialgia (dor muscular) são frequentes e podem estar associadas à inflamação causada pela queda do estrogênio.
- Dores na coluna e nos quadris: Com a perda de massa óssea, aumenta o risco de osteoporose e microfraturas, que podem causar dores nessas regiões.
- Dores neuropáticas: O estrogênio também influencia o sistema nervoso. Quando seus níveis caem, algumas mulheres podem sentir queimação, dormência ou formigamento, sintomas característicos da dor neuropática.
- Dores de cabeça e enxaqueca: A queda hormonal aumenta a produção de substâncias inflamatórias, como as prostaglandinas, intensificando a sensibilidade à dor.
Como aliviar as dores da menopausa
A boa notícia é que existem diversas estratégias para aliviar essas dores e melhorar a qualidade de vida durante a menopausa.
1. Reposição hormonal
A terapia de reposição hormonal (TRH) é uma das abordagens mais eficazes para aliviar os sintomas da menopausa, incluindo as dores. “O tratamento mais utilizado e comprovadamente eficaz é a reposição dos hormônios que passam a faltar no corpo da mulher”, explica o Dr. Igor Padovesi.
2. Medicamentos para alívio da dor
Em alguns casos, pode ser necessário o uso de medicamentos específicos, como:
- Bifosfonatos: usados para fortalecer os ossos e reduzir o risco de fraturas.
- Analgésicos e anti-inflamatórios: ajudam no controle das dores musculoesqueléticas.
- Neuromoduladores: como a gabapentina, indicados para dores neuropáticas persistentes.

3. Exercícios físicos
A prática regular de atividades físicas é essencial para reduzir as dores e melhorar a mobilidade. Exercícios recomendados incluem:
- Treino de resistência: ajuda a manter a massa muscular.
- Atividades de baixo impacto: como caminhada e natação, que fortalecem o corpo sem sobrecarregar as articulações.
- Alongamento e pilates: promovem flexibilidade e reduzem a rigidez articular.
- Treino de equilíbrio: previne quedas e melhora a confiança nos movimentos.
4. Qualidade do sono e redução do estresse
A insônia é um sintoma comum na menopausa e pode aumentar a sensibilidade à dor. Criar uma rotina de sono saudável e adotar estratégias de relaxamento, como meditação e respiração profunda, podem ajudar a minimizar o impacto das dores.
5. Alimentação equilibrada
A dieta também desempenha um papel fundamental na saúde das mulheres durante a menopausa. Consumir alimentos ricos em cálcio e vitamina D fortalece os ossos, enquanto uma alimentação anti-inflamatória pode reduzir as dores musculares e articulares.
Nem todas as mulheres sentirão dores na menopausa, mas quem enfrenta esse sintoma pode contar com diversas estratégias para aliviar o desconforto. “O estilo de vida, a genética e os níveis de atividade física influenciam na maneira como o corpo reage a essa fase”, afirma o Dr. Igor Padovesi. Buscar acompanhamento médico e adotar hábitos saudáveis são passos fundamentais para atravessar esse período com mais bem-estar e qualidade de vida.