As altas temperaturas vêm se tornando cada vez mais frequentes, e nas últimas semanas, diversas regiões do Brasil enfrentaram ondas de calor extremas, com termômetros ultrapassando os 40ºC. No domingo (9 de fevereiro), cidades como Quaraí e Santiago, no Rio Grande do Sul, registraram temperaturas superiores a 40ºC, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). As noites também serão quentes, tornando o desconforto ainda maior.
Mas o calor intenso não afeta apenas o corpo. Segundo o neuropsiquiatra e neurocientista Dr. Mário Furlanetto, a saúde mental também pode ser impactada diretamente pelas altas temperaturas, trazendo sintomas como irritabilidade, ansiedade e alterações no sono.
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Como o calor influencia a saúde mental
A exposição prolongada a temperaturas elevadas pode desencadear diversos problemas emocionais e psicológicos. “A nossa saúde mental e o estado emocional são influenciados por inúmeros fatores e o ambiente em que vivemos é um deles”, explica Dr. Furlanetto. “O calor excessivo pode levar a distúrbios do sono, irritabilidade e fadiga mental, prejudicando a qualidade de vida das pessoas”.
Isso acontece porque o calor interfere no descanso adequado, provocando noites mal dormidas e aumentando os níveis de estresse. A desidratação também pode afetar diretamente a capacidade cognitiva, dificultando a concentração e aumentando a sensação de cansaço. Em pessoas que já lidam com transtornos mentais, como ansiedade e depressão, os sintomas podem se agravar durante períodos de calor intenso.
Como minimizar os impactos do calor na saúde mental
Manter-se atento aos sinais do corpo e da mente durante ondas de calor é essencial. Algumas medidas podem ajudar a reduzir os impactos das altas temperaturas no bem-estar emocional:
- Hidrate-se constantemente: a falta de água no organismo pode aumentar o cansaço e a irritabilidade. Mantenha uma garrafa por perto e beba água regularmente ao longo do dia.
- Busque ambientes frescos: sempre que possível, permaneça em locais ventilados ou climatizados para reduzir o desconforto térmico.
- Evite exposição ao sol nos horários mais quentes: entre 10h e 16h, os índices de radiação UV estão mais elevados, aumentando o risco de superaquecimento corporal.
- Cuide da rotina de sono: tente manter o quarto o mais fresco possível e evite o uso de dispositivos eletrônicos antes de dormir, pois a luz azul das telas pode dificultar o sono.
- Pratique técnicas de relaxamento: alongamentos, respiração profunda e meditação ajudam a reduzir os impactos do estresse térmico no bem-estar emocional.
Segundo Dr. Furlanetto, é essencial estar atento aos sinais que o corpo dá e buscar maneiras de minimizar o desconforto: “Precisamos entender que as mudanças no ambiente também afetam a nossa mente, e adotar hábitos saudáveis pode fazer toda a diferença”.
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O calor e os desafios da rotina
Em momentos de calor intenso, o cansaço e a irritabilidade podem se refletir no dia a dia, afetando a produtividade no trabalho, o humor dentro de casa e até mesmo a paciência nas interações sociais. Por isso, cuidar da saúde mental durante ondas de calor é uma forma de melhorar o bem-estar geral e manter a rotina equilibrada.
A adaptação a essas mudanças climáticas é um desafio que deve ser levado a sério, especialmente diante do aumento das temperaturas globais. Pequenas atitudes, como manter-se hidratado, evitar esforços físicos excessivos e garantir um ambiente mais fresco para dormir, fazem toda a diferença para atravessar esses períodos com mais conforto e saúde.