Imagine acordar um dia e perceber que seu braço não está respondendo direito aos movimentos. Deve dar uma angústia, né? Foi isso que aconteceu com a modelo e apresentadora Carol Ribeiro, de 43 anos. Ela contou recentemente que foi diagnosticada com Esclerose Múltipla (EM), uma condição neurológica que, embora ainda cercada de dúvidas, tem ganhado mais visibilidade graças a figuras públicas que resolveram falar abertamente sobre o assunto.
Além de Carol, outras atrizes brasileiras também vivem com a doença: Cláudia Rodrigues, Guta Stresser e Ana Beatriz Nogueira são algumas delas. E tem um padrão aqui que chamou a atenção dos especialistas: todas são mulheres.
Por que a esclerose múltipla atinge mais as mulheres?
A esclerose múltipla aparece com mais frequência no sexo feminino. A doença afeta cerca de duas a três vezes mais mulheres do que homens, especialmente entre os 20 e 40 anos. É uma fase da vida onde tudo está acontecendo ao mesmo tempo: carreira, filhos, responsabilidades… e é fácil ignorar alguns sinais do corpo no meio dessa correria.
A doença é autoimune, ou seja, o próprio sistema imunológico ataca a bainha de mielina, uma camada que protege os neurônios. Isso afeta a comunicação entre o cérebro e o resto do corpo. E como os sintomas podem ser variados e até confusos, muitas vezes o diagnóstico demora a acontecer, ou pode ser confundido com algo menos grave.
A modelo Carol Ribeiro, diagnosticada com esclerose múltipla, contou ao #Fantástico sobre a confusão que sentiu no início dos sintomas: 'Será que é menopausa? Será que é síndrome do pânico?'. pic.twitter.com/7LFT28GAFf
— Fantástico (@showdavida) April 14, 2025
Sintomas que não podem ser ignorados
No caso de Carol Ribeiro, o alerta mais forte veio em 2023. Mas ela contou que, lá em 2015, teve um episódio que talvez já fosse um sinal: perdeu os movimentos do braço esquerdo por um tempo, mas deixou pra lá porque tudo voltou ao normal logo depois.
Esse tipo de situação é mais comum do que parece. Visão embaçada, formigamento, tontura, perda de equilíbrio e até esquecimentos podem ser sintomas da esclerose múltipla. E sim, a gente tende a achar que é estresse, cansaço ou “coisa da idade”. Só que, quando o assunto é o sistema nervoso, cada sinal conta.
Diagnóstico precoce faz toda a diferença
Os especialistas são unânimes em afirmar que quanto mais cedo a EM for diagnosticada, melhor. Isso porque os tratamentos disponíveis hoje são eficazes em controlar a progressão da doença. E a melhor notícia é que o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece medicação gratuita, além dos centros de referência em quase todos os estados do Brasil.
Esses tratamentos ajudam a evitar novas lesões no cérebro e a reduzir os surtos da doença. Segundo especialistas, o cenário atual é animador, pois é possível conter a evolução, não é mais uma “sentença”.
O papel da informação e da escuta
Falar sobre esclerose múltipla é fundamental para reduzir o preconceito, aumentar o conhecimento e estimular o diagnóstico precoce. E também nos lembra de algo essencial: precisamos escutar nosso corpo, mesmo quando tudo parece corrido demais.
Se você ou alguém da sua família anda enfrentando sintomas estranhos e recorrentes, vale procurar um neurologista. Às vezes, um pequeno desconforto pode ser o início de algo maior, e saber disso faz toda a diferença.