Com a chegada do outono, é comum observar um aumento nos casos de doenças respiratórias e alérgicas, principalmente entre as crianças. As mudanças de temperatura e o clima mais seco favorecem a propagação de vírus e bactérias, tornando essencial conhecer as principais doenças da estação e como preveni-las. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (SESA/PR), algumas das doenças mais frequentes são gripe (influenza), resfriado, otite, sinusite e pneumonia.
Segundo o pediatra Nêmera Kormann, do Hospital Pequeno Príncipe, “as crianças são mais vulneráveis às infecções devido ao sistema imunológico ainda em desenvolvimento, o que torna fundamental redobrar os cuidados nessa época do ano”.
Gripe (influenza)
A gripe é uma infecção viral altamente contagiosa que compromete o sistema respiratório e pode levar a complicações graves. Além dos sintomas comuns, como febre alta e tosse, a gripe pode causar fadiga intensa e, em alguns casos, evoluir para quadros mais graves, como pneumonia viral. Crianças pequenas, idosos e pessoas com condições preexistentes têm maior risco de complicações.
Causas: diferentes tipos do vírus influenza.
Sintomas: febre alta, tosse, dor de garganta, secreção nasal, dores musculares, fadiga intensa e mal-estar geral.
Resfriado
Menos intenso que a gripe, o resfriado também é uma infecção viral que afeta as vias respiratórias superiores. Embora os sintomas sejam mais leves, o resfriado pode impactar a rotina das crianças, levando a indisposição e desconforto. Por ser altamente contagioso, é fundamental evitar o contato direto com pessoas infectadas e reforçar a higiene das mãos.
Causas: diversos tipos de vírus, como o rinovírus.
Sintomas: congestão nasal, tosse, dor de garganta leve, febre baixa e espirros frequentes.
Otite média aguda
A otite é uma inflamação no ouvido médio, geralmente decorrente de uma infecção respiratória. Se não tratada adequadamente, pode causar dor intensa e, em casos raros, levar a complicações mais sérias, como perda auditiva temporária ou permanente. É comum em crianças devido à anatomia da tuba auditiva, que facilita a entrada de microrganismos.
Causas: infecções virais que podem levar a complicações bacterianas.
Sintomas: dor intensa no ouvido, febre, irritabilidade, dificuldade para dormir e sensação de ouvido tampado.

Rinossinusite
A inflamação dos seios paranasais é comum no outono, causando desconforto respiratório. Além dos sintomas clássicos, como congestão nasal e dor facial, a rinossinusite pode causar mau hálito e sensação de pressão na cabeça, tornando o dia a dia da criança mais difícil. Quando não tratada, pode evoluir para infecções mais graves.
Causas: vírus, bactérias, fungos ou alergias.
Sintomas: dor de cabeça, pressão facial, congestão nasal, tosse persistente e mau hálito.
Pneumonia
A pneumonia é uma infecção pulmonar grave, podendo ser causada por vírus ou bactérias. Em crianças, os sintomas podem ser confundidos com um resfriado forte, tornando essencial a observação cuidadosa dos sinais de alerta, como febre persistente e dificuldade para respirar. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para evitar complicações.
Causas: infecções bacterianas ou virais.
Sintomas: febre alta, tosse com secreção, dificuldade para respirar, chiado no peito e dor no tórax.
Como prevenir essas doenças no outono?
Adotar medidas preventivas ajuda a reduzir os riscos de infecções respiratórias e alérgicas nas crianças. O pneumologista Paulo Kussek recomenda manter o ambiente sempre limpo e arejado, além de reforçar a imunização. “A vacinação é uma das formas mais eficazes de prevenção, especialmente contra a influenza e COVID-19”, explica.
Outros cuidados essenciais incluem:
- Verificar se as vacinas da criança estão em dia, incluindo as de rotina e as sazonais.
- Incentivar a lavagem frequente das mãos, principalmente antes das refeições e após contato com superfícies públicas.
- Manter a hidratação e uma alimentação equilibrada, rica em vitaminas e minerais que fortalecem o sistema imunológico.
- Realizar lavagem nasal com soro fisiológico regularmente para evitar o acúmulo de secreções.
- Evitar locais fechados e com aglomeração sempre que possível, reduzindo o contato com vírus e bactérias.
- Garantir boas noites de sono e descanso adequado, pois o sono é fundamental para a recuperação e fortalecimento do organismo.
- Ensinar a etiqueta respiratória para as crianças, como tossir e espirrar no antebraço para evitar a disseminação de germes.
O otorrinolaringologista Lauro Alcantara reforça que “o acompanhamento pediátrico regular é essencial para monitorar a saúde da criança e evitar complicações”. Caso os sintomas persistam ou piorem, é fundamental buscar orientação médica para um diagnóstico preciso e tratamento adequado.
Com medidas simples e eficazes, é possível passar pelo outono com mais segurança e saúde para toda a família! Além disso, estimular bons hábitos desde cedo ajuda as crianças a se tornarem mais conscientes sobre os cuidados com a saúde, prevenindo não apenas doenças sazonais, mas também infecções futuras.