No Brasil, meningite ainda é uma preocupação constante — e não é pra menos. A doença, que pode ser causada por vírus, bactérias ou até fungos, é considerada endêmica no país e já acumulou mais de 233 mil casos entre 2010 e 2024. Por isso, o Dia Mundial de Combate à Meningite, celebrado em 24 de abril, reforça a importância da prevenção e, principalmente, do diagnóstico rápido.
E quando o assunto é agilidade, uma novidade tem chamado atenção de médicos e especialistas da saúde: o teste rápido para meningite, que entrega resultados em apenas uma hora. Em apenas 60 minutos já é possível saber se o caso é viral ou bacteriano — e isso pode fazer toda a diferença no tratamento.
Como funciona o novo teste rápido para meningite?
Chamado de PCR multiplex direto rápido, o exame é realizado a partir de uma amostra do líquido cefalorraquidiano (aquele mesmo, coletado pela punção lombar), que passa por uma análise laboratorial. Com a tecnologia usada no QIAstat-Dx, da QIAGEN — multinacional que trouxe o teste ao Brasil —, é possível identificar até 15 agentes infecciosos diferentes, entre vírus, bactérias e fungos.
Allan Munford, gerente regional LATAM de Marketing para Diagnósticos Sindrômicos da QIAGEN, explica: “Quando falamos de meningite, cada minuto conta e é preciso adotar com urgência o tratamento mais indicado para cada caso, seja com a administração de antibióticos ou outros cuidados clínicos. Agora, em apenas uma hora este exame dá o resultado. Por meio dessa tecnologia, estamos reconfigurando a tratativa da meningite no país”.
Esse avanço não vai ficar restrito aos grandes laboratórios privados. O teste já foi aprovado pela Anvisa, passou a ter cobertura obrigatória pelos planos de saúde privados, e foi incorporado ao SUS pela CONITEC (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS). Ou seja, a expectativa é que em breve ele esteja disponível para toda a população brasileira.

Por que essa agilidade é tão importante?
Os sintomas da meningite — como febre alta, dor de cabeça intensa, rigidez na nuca, náuseas, vômitos e sensibilidade à luz — podem se parecer bastante, tanto nos casos virais quanto bacterianos. Mas enquanto a forma viral costuma ser mais branda, a bacteriana pode evoluir muito rapidamente e tem alto risco de morte ou sequelas graves.
É por isso que a velocidade no diagnóstico é essencial. Saber exatamente com o que se está lidando ajuda o médico a escolher o tratamento certo na hora certa. E isso, literalmente, pode salvar vidas.
Allan Munford reforça: “Meningites virais e bacterianas apresentam sintomas parecidos, no entanto, a segunda apresenta um potencial de letalidade extremamente maior. Ao observar sintomas como febre alta, dor de cabeça intensa, rigidez na nuca, sensibilidade à luz, náuseas e vômitos, o ideal é procurar atendimento médico urgente. Isso pode salvar vidas”.
Um passo importante no combate à doença
A chegada do teste rápido ao SUS é um marco importante na luta contra a meningite no Brasil. Ele representa mais acesso, mais chances de diagnóstico precoce e, principalmente, mais segurança para as famílias.
Fique atento aos sintomas, mantenha a vacinação em dia (ela continua sendo uma das principais formas de prevenção) e, ao menor sinal, procure atendimento médico imediatamente. Porque quando o assunto é meningite, cada minuto faz toda a diferença.