A mesa redonda do 9° Seminário Internacional Pais&Filhos – A Tal da Felicidade, aconteceu na tarde desta quarta-feira, 19 de agosto. O debate, intitulado “Emoções eu vivi”, foi mediado pela editora-executiva da revista, Andressa Simonini, e contou com os participantes: Rodrigo Capella, Thaissa Alvarenga, Débora Bastos, Michele Machado e Thiago Queiroz, que relembraram algumas emoções que viveram com os filhos.
Andressa Simonini começou apresentando todos os participantes da mesa. A conversa começou com muito bom-humor e brincadeiras e terminou com algumas polêmicas. Para iniciar os debates, todos os participantes falaram o que, afinal, é ‘A Tal da Felicidade’ para eles. O humorista Rodrigo Capella, pai de Theo, 4 anos, foi o primeiro a falar sobre a felicidade na paternidade. “Hoje meu filho é minha vida, ele é tudo. Mas no dia que a gente descobriu foi tudo uma doidera. Hoje, felicidade tem nome: é Theo! Mas tudo foi um susto! Nenhuma gravidez sem planejamento é tranquila, na época foi um susto, mas hoje, ele é tudo para mim!”
Thaissa Alvarenga, mãe do Chico e das Marias e fundadora da ONG Nosso Olhar, que desenvolve projetos de inclusão de crianças e jovens com Síndrome de Down, também contou o que é felicidade “Felicidade é o trio pra mim, eles são tudo”. Ela também comentou sobre o susto que levou ao saber que teria um filho com Síndrome de Down. “O meu susto foi a operação, não a Síndrome. A felicidade é ter essa construção individual de cada um, dos Chico e das Marias!”. Chico precisou passar por uma cirurgia de 6 horas logo que nasceu e, para ela, a felicidade veio depois da operação.
Para Thiago Queiroz, pai de Dante, Gael e Maia e criador do perfil Paizinho Vírgula!, “Felicidade é começar meu dia ouvindo o bom dia dos meus filhos e terminar o dia com ‘boa noite papai’, durma com as estrelas. Isso já faz meu dia ficar bem melhor!”
Para a publicitária Débora Bastos, mãe de José e fundadora da página Criando Crianças Pretas, “Felicidade vem dos meus pais, meu filho e meu marido, vem da nossa unidade familiar. Família é onde somos acolhidos, onde somos escolhidos. É família como um todo, como a gente se apoia e, juntos, estamos criando meu filho José”.
A atriz e comediante Micheli Machado, mãe de Morena e esposa do também ator Robson Nunes também falou sobre a felicidade “É minha filha, meu marido, eles são meus pilares, as duas metades do meu coração. É o jeito que a gente acerta, erra e se completa. É ver o caráter da minha filha se formando”.
A segundo tópico foi a criação dos filhos. Sobre isso, o humorista Rodrigo Capella confessou que não tem muita paciência “Eu vejo hoje em dia muitos pais que fazem corpo mole, eu já acho que quanto mais não ele tiver hoje, mais fácil vai ser a vida dele quando eu não estiver por perto”, explicou. “Já quando a coisa é pro bem dele, eu faço o contrário, incentivo, faço questão de falar: ‘filho, você não pode desistir’”, ressaltou.
Thiago Queiroz não concordou muito com o posicionamento de Rodrigo Capella e ressaltou a importância dessas diferentes visões “Eu aposto muito no diálogo, nessa criação mais horizontal. Não que eu não grite as vezes”, brincou. Ele falou que tende a levar as coisas mais na conversa, mas faz questão de estabelecer limites. “Isso faz com que meus filhos entendam que podem contar com o pai”. Sobre o assunto, Capella ressaltou que também conversa com o filho e leva tudo no diálogo, mas “não amolece” e faz questão de mostrar que “não é não e sim é sim”. “O que eu não tenho paciência é pra pessoas que falam não, mas depois acabam deixando pela insistência do filho. Pra mim, se eu falo não, vou no não até o fim.”, disse.
Logo depois, foi a vez de Débora falar. “Desde que eu estava grávida do meu filho, o vejo como um indivíduo e o trato da forma que eu gostaria de ser tratada. Então as vezes o não vira sim e o sim vira não. A relação que tenho com meu filho é mostrar a ele que ele tem direito a todas as emoções dele. É obvio que eu sou adulta e a maturidade vem de mim, eu não vou colocá-lo em perigo. Quando for prejudicar a segurança dele, eu tomo a decisão, mas na maior parte das vezes, eu converso com meu filho”. Ela ressaltou que dá muito valor à comunicação, já que foi criada assim também, sempre com muito diálogo com a mãe.
Thaissa concordou com os dois pontos de vida. Ela contou que para garantir o bem-estar da família faz questão de ter uma boa rotina e de entender as diferenças entre os 3 filhos. “Eu falo também que não é não, para todos! AMas também acredito na importância do diálogo. Afinal, a emoção bem trabalhada, cria sinapses, o que é super importante na formação da primeira infância da criança, pra todas elas!”. Ela ressaltou a importância de trabalhar as próprias emoções, para conseguir passar isso para os filhos. “A família é uma aldeia”, comentou. Ela falou que tenta ao máximo balancear o pulso firme com o diálogo e abertura com os filhos.
Micheli contou que também sempre fez questão do diálogo, desde quando a filha era bebê. “É importante a gente saber dar o espaço para as crianças, para elas se sentirem respeitadas e nos respeitar ainda mais”, falou. Ela revelou que sempre teve muito medo de brincar demais e a filha acabar não tendo limites, uma vez que ela e o marido, Robson, são comediantes. Mas contou que encontrou uma forma de conseguir conciliar tudo. Ela disse que faz questão de explicar o porquê de tudo e que tudo tem seu momento e percebe a diferença que isso faz no diálogo com a filha.
Thiago Queiroz falou um pouco sobre a relação de culpa com os filhos e contou que, na verdade, o que espera é que os filhos sejam felizes. “Isso já é uma grande esperança, olhe ao redor: é difícil ser feliz”. Ele contou que o maior aprendizado que tem como pai é saber olhar as pluraridades e diferenças “Tenho 3 filhos e eles são completamente diferentes”. Ele ressaltou a importância de saber respeitar o tempo de cada um e entender que os 3 não vão começar a comer ao mesmo tempo, aprender e evoluir ao mesmo tempo. Thaíssa concordou com ele e falou que também acha que é preciso respeitar o tempo de cada filho.
Débora abriu o diálogo e quis debater um pouco mais sobre a culpa. “Precisamos ir contra essa ideia de mãe perfeita. Eu não tenho a expectativa de ser uma mãe perfeita, sou uma mãe possível”, comentou. Micheli concordou e ressaltou que isso é um trabalho diário “Essas desconstruções tento ir fazendo no dia-a-dia, mas vez ou outra vem essa culpa”. Débora achou importante pontuar que essa culpa não vem bem dos filhos, mas das próprias necessidades que são impostas sobre as mulheres. A mesa finalizou com muito bom humor, aprendizados e, claro: felicidade