O 19° Seminário Pais&Filhos está acontecendo a todo vapor! A primeira mesa-redonda do dia, com o tema “Pai não é rede de apoio”, reuniu um time de pais incríveis. Com a mediação de Eliezer, pai de Lua e Ravi, participação de Beto Bigatti, pai de Gianluca e Stefano e publicitário, Thiago Godoy, pai de Angelina, Tadeu França, pai de Augusto e Hugo, eles se reuniram para falar sobre a importância da paternidade ativa.
Em muitas culturas, a paternidade ainda é vista como um papel secundário, em que o pai “ajuda” a mãe nos cuidados com os filhos, em vez de ser um participante ativo e constante. Essa visão tradicional está enraizada em normas sociais e estereótipos de gênero que associam o cuidado infantil principalmente à mulher, limitando o pai a um papel de provedor financeiro e com uma presença eventual na rotina familiar. Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde e Demografia (PNDS), apenas cerca de 30% dos pais brasileiros participam ativamente das tarefas diárias dos filhos, como alimentar, ajudar no banho ou brincar, enquanto as mães ainda respondem por mais de 70% dessas atividades.

Além da questão da imposição social, essa discrepância de divisão de tarefas também acontece pela falta de preparo e referências para a paternidade ativa. Muitos homens relatam não terem tido modelos próximos de pais presentes, o que dificulta a construção de uma identidade paterna engajada. “Eu não fui criado com a cultura do cuidado, mas eu escolhi ir por um outro caminho com os meus filhos, diz Eliezer.
É importante eliminar do vocabulário essa cultura do “pais que ajuda”, pois isso acaba reforçando a ideia de que a responsabilidade principal pelo cuidado é da mãe, tornando o envolvimento paterno uma ação extra, e não a regra. Manter estes padrões prejudica não só o desenvolvimento da criança, que se beneficia de figuras paternas presentes, mas também a saúde emocional do pai e a harmonia familiar. “É importante que os pais saibam o contato do médico do filho, tenha conhecimento sobre a reunião do filho na escola, por exemplo, para ser uma rede de apoio ativa, explica Beto Bigatti sobre como o papel do pai ativo ajuda na dinâmica da família.
Estudos recentes apontam que a paternidade ativa está ligada a melhores resultados emocionais, sociais e cognitivos para os filhos, além de melhorar a relação do casal e a saúde mental do pai. Pesquisas da American Psychological Association indicam que crianças com pais envolvidos apresentam maior autoestima, melhor desempenho escolar e menor incidência de comportamentos de risco, como uso de drogas e envolvimento com a criminalidade. Além disso, pais presentes têm menor propensão a desenvolver depressão e ansiedade, reforçando a importância do vínculo paterno para toda a dinâmica familiar.

A paternidade ativa pode ter efeitos até na educação das crianças. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios mostrou que a presença constante do pai em casa pode reduzir em até 8% a taxa de evasão escolar entre meninos, por isso, é importante que os pais não reduzam a sua participação a somente gestão financeira da família, mas se fazer presente no dia a dia dos filhos. “A paternidade é uma oportunidade de deixar um legado e algo positivo no mundo, que é algo além do dinheiro, comenta Thiago Godoy.
Apesar da cultura do “pai que ajuda”, também ficou ainda mais forte o estereótipo do “pai de internet”, que só aparece em momentos felizes e diante das câmeras, mas que não participa verdadeiramente da rotina de casa. Por mais que isso aconteça de fato, pesquisas apontam que expor os momentos de paternidade ativa, também pode ajudar a inspirar outros homens a seguir por este caminho.
Entretanto, Tadeu França traz um outro lado da paternidade na sociedade: “É muito triste que na nossa sociedade a maternidade é compulsória, mas a paternidade seja opcional, explicou Tadeu. “Não podemos ficar na passividade e esperar que mulheres façam esse movimento de trazer os homens para falar sobre a paternidade”, ele ainda acrescenta sobre a produção de conteúdo de paternidade nas redes sociais.
Programação do 19º Seminário Pais&Filhos
- 09h00 – Abertura dos portões
- 10h00 – Apresentação do tema
- 10h30 – Palestra I – A arte de saber pedir ajuda, com Isa Minatel
- 11h30 – Bate-papo I: Juntas&Empreendedoras, com Ana Fontes e Fernanda Paronetto
- 12h00 – Sorteio
- 12h15 – Almoço
- 13h15 – Mesa-redonda I – Pai não é rede de apoio, com Eliezer, Beto Bigatti, Thiago Godoy, Tadeu França e Luccas Neto
- 14h- Bate-papo II: Síndrome da Perfeição, com Silvia Lobo e Valesca Karsten
- 14h20 – Bate-papo III : Especial Boiron: Você não está sozinha, com Beatriz Hlavnicka
- 14h40 – Bate-Papo IV: Especial Colégio Humboldt: Escola é rede de apoio, com Erik Hörner
- 15h00 – Bate-papo V: Socorro, comunidade!, com Manoela Pereira, Fernanda Bande, Marcela Barci e Mariana Almeira (Baby Center)
- 15h30 – Intervalo com ativações das marcas
- 16h00 – Palestra III – O (des)controle das gerações, com Dado Schneider
- 17h00 – Mesa-redonda II – Sozinhas? Sem chance!, com Naiumi Goldoni, Thaeme Mariôto, Fabi Claudino, Mileide Mihaile e Luciana Mello.
- 18h00 – Sorteio e encerramento, com Naiumi Goldoni, Thaeme Mariôto, Fabi Claudino e Luciana Mello.
- 18h00 – Sorteio e encerramento