Você está de olho em tudo o que está acontecendo no 16º Seminário Internacional Pais&Filhos? O evento acontece hoje, 1 de dezembro, na Unibes Cultural, em São Paulo. Além da tão aguardada sacola de brindes, ativações de diversas marcas e um espaço incrível, diversos convidados estão fazendo palestras e bate-papos sobre o tema desta edição: “Vai na Tua”.
A segunda palestra do dia foi apresentada por Silvia Lobo, mãe de Adriana, Suzana e Maurício. Ela é psicanalista, psicóloga, socióloga e autora dos livros: “A Paciente, a Analista e Dr. Green”: selecionado no Prêmio Jabuti; “As Mães que fazem Mal”; e “A Solidão da Mulher e outras mais”.
Com o tema “Vai com Medo Mesmo”, Silvia ressaltou: “Ser pai e mãe é uma das coisas mais difíceis da vida. Não tem escola e não tem referência segura”. A psicológa começou contando sua história. Ela casou com 19 anos e demorou sete anos para ter a primeira filha. “Achei que tinham errado tanto comigo que eu estava marcada”, começou.
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Mas, quando ainda era uma jovem mestranda de sociologia, pensou: “Bom, se eu tiver filhos e errar, eu posso consertar! Então não preciso ter tanto medo de ter filhos. Eu tinha uma enorme vontade de acertar”, disse.
“Não existem as categorias de bons pais e maus pais. Não existem aqueles que só erram e não existem aqueles que só acertam. Todos nós falhamos como pais e mães na maior boa vontade. Não existe maternidade sem enganos”, tranquilizou o público.
Segundo Lobo, um filho só é bem criado quando ele pode ser crítico . “Uma má criação tira a possibilidade de protesto e de agradecimento “, continua. Para ela, duas palavras estão cada vez mais escassas: Desculpa e Obrigada. “Aquele que quiserem ser pais e mães e ter um propósito na vida, lembre-se que as duas palavras são mágicas. A desculpa diminui a intensidade do nosso erro”, comentou.
Sobre a importância das mudanças, Lobo disse: “Aquilo que não está dando certo, a gente muda, a gente pede desculpa. Os filhos são os nossos professores para educá-los e para nos educar”.
“Existe uma vocação natural para cuidar de nós, um egoísmo endógeno e natural. Quando saímos do lugar autocentrado, narcísico, estamos dando um passo civilizatório fundamental. Gestos desse tipo merecem obrigada quando nos colocamos no lugar do outro “, complementou.
De acordo com Silvia, os pais precisam analisar mais seus filhos: “Olhem e vejam a consequência do que vocês dizem e do que vocês fazem. Ao ver, você percebe o que está dando certo e errado. Os nossos maiores aliados são os nossos filhos, eles assinalam o que erramos e acertamos”.
Mesmo quando muito pequenos, as crianças dão sinais. “Eles podem não dizer obrigada, mas ele nos mostram. Uma mãe que se dedica ao bebê pode ver muito bem o quanto ele está satisfeito, ele não diz obrigada, mas ele engorda e dorme e esse é o sinal que ela está acertando. Os sinais vão aparecendo nas atitudes da criança”, pontua Silvia.
Além disso, a especialista comentou a importância do cuidado ao selecionar quem vai ensinar sobre maternidade e paternidade: “Só os pais de cada criança sabem o que serve para cada filho, trazendo algo que é a sua cara, que pode ser certo ou errado, mas com certeza é meu”, disse.
Na hora das perguntas, Andressa Simonini, diretora executiva da Pais&Filhos afirmou não ter engravidado por medo, mas Silva aconselha: “Não há a possibilidade de viver alguma coisa nova sem medo. É um peso de um novo trabalho, na mudança de uma casa, de um novo namorado… Os filhos têm sido depositados numa espécie de medo que não é só deles. O medo é do novo. Se é novo, a gente nunca viveu, porque se nomeamos o medo do novo, se a gente sabe de tudo que vai acontecer, não é novo, é velho”.
Simonini ainda mencionou o medo das mudanças que a maternidade traz. E, Silvia, diz: “Não é verdade que a maternidade nos muda desfavoravelmente. Cada uma de nós sabe o que quer manter e o que está disponível para mudar. Maternidade não pode mexer naquilo que tem nosso nome dentro de nós. Os lazeres, o horário de dormir, podem mudar”.
Além das lições de maternidade e paternidade, Lobo encerrou dizendo sobre a importância de aprender o que tem a ver com nossa realidade. Se perguntem: “Esse livro tem a ver comigo? Se não está conversando com a gente, nós esquecemos, é perda de tempo. Aquilo que for a nossa cara, fica”, finalizou.
Programação 16° Seminário Internacional Pais&Filhos
- 9h | Welcome coffee
- 10h | Abertura
- 10h30 | Palestra – A solidão da mãe solo – Cris Pàz
- 11h40 | Bate-papo – A mãe possível – Jang Sinn
- 12h20 | Almoço
- 13h20 | Bate-papo – Filhos do Mundo – Humberto Baltar, Taís e Roberta Bento
- 13h45 | Palestra – Vai com medo mesmo – Silvia Lobo
- 14h50 | Palestra – Pai também tem instinto – Marcos Piangers
- 15h50 | Coffee break
- 16h15 | Mesa-redonda – Vai na tua – Tina Calamba, Eliezer, Ana Carolina Oliveira, Luana Safire e Priscilla Montes
- 18h | Encerramento
Vai na tua: o tema do 16º Seminário Internacional Pais&Filhos
Diante de tantas pressões da sociedade e rotina para você ser a mãe perfeita, cobrança por parto normal, amamentação em livre demanda, criação sem telas, comunicação não violenta, alimentação orgânica, exclusão de chupeta e mamadeira… Ufa! É quase impossível atingir todas as expectativas que descarregam em nós, o que leva a sobrecarga, insegurança e um sentimento de confusão.
Estamos encarando uma geração de supermães que carregam o peso de expectativas e cobranças diferentes das nossas mães e avós. Mulheres que estão desconectadas da própria intuição com medo de não ser a mãe perfeita. Mulheres que são elogiadas por todos enquanto cumprem uma expectativa irreal de maternidade, mas que se sentem mais sozinhas do que nunca.
Mas a maior verdade no meio de tanta informação e julgamento é que ninguém no mundo conhece seu filho melhor do que você. Não tenha medo de confiar no que você acha que é melhor para a sua vida e para o seu filho. E se der medo, vai com medo mesmo. Afinal, você sabe da sua realidade. Por esses e tantos outros motivos, reforçamos no 16º Seminário: vai na tua. Confie!
