A atriz espanhola Ana Obregón, conhecida por sua trajetória na TV e no cinema, vive uma experiência única e emocionante: ser mãe novamente na terceira idade. Aos 70 anos, ela compartilha o dia a dia com Anita Sandra, sua filha e também neta biológica, concebida com o esperma congelado de seu filho falecido, Aless Lequio. Em entrevista emocionante à revista ¡Hola!, Ana revelou como essa nova fase tem preenchido sua vida com alegria, desafios e memórias.
“Fiquei morta por três anos, desde a morte de Aless até o nascimento de Anita. Agora, ela preenche meus dias”, confessou, sem esconder a emoção. A atriz teve Aless em 1992, fruto de um relacionamento com Alessandro Lecquio, e perdeu o filho em 2020, vítima de um tipo raro e agressivo de câncer, o sarcoma de Ewing.
Após enfrentar o luto mais profundo, Ana decidiu realizar um desejo que, segundo ela, vinha do próprio Aless: dar continuidade ao seu legado. Em 2022, causou surpresa ao anunciar o nascimento de uma bebê nos Estados Unidos, por meio de barriga de aluguel. Mais tarde, revelou que a criança havia sido gerada com óvulo doado e o esperma do filho, congelado antes do tratamento oncológico. Legalmente, Anita é registrada como filha de Ana.

“Agora minha casa está cheia de brinquedos. Tenho até uma piscina de bolinhas onde ela me faz mergulhar”, contou, entre risos. “Mas confesso: está cada vez mais difícil pegá-la no colo. Minhas costas doem”, brincou, evidenciando os desafios de ser mãe em idade avançada.
A atriz, que costuma publicar registros carinhosos ao lado da pequena em suas redes sociais, revelou que sentiu como se tivesse sido “ressuscitada” após o nascimento da menina. “Ela é um ser de luz. É tão inteligente quanto o pai. Vive pedindo abraços, mas não para ela — para eu dar nos outros. Outro dia, o encanador veio e, por insistência dela, eu o abracei”, contou, com bom humor.
A dor da perda, no entanto, ainda está presente. Ana admite que a ausência de Aless será eterna. “Você não aceita nem supera a morte de um filho. Você acaba aceitando que nunca será capaz de aceitar a partida deles”, desabafou. “Sei que nunca mais sentirei a felicidade que tive quando Aless estava comigo.”
Essa perda profunda transformou sua visão de mundo — e também seus medos. “Com o Aless, eu ia trabalhar tranquilamente, confiando que tudo ficaria bem. Mas a vida me ensinou que num dia seu filho está saudável, e no outro, recebe um diagnóstico devastador.”
Apesar de críticas vindas de figuras públicas e da imprensa, especialmente pelo uso de barriga de aluguel — prática proibida na Espanha — Ana foi firme em sua decisão. “Há críticas e julgamentos. As pessoas podem ser julgadas, mas é impossível viver sem empatia. Eu era dona da minha dor. Agora sou dona da minha recuperação.”
Ana também evita entrar em polêmicas sobre o pai de Aless, Alessandro Lecquio. O casal teve uma relação conturbada, marcada por disputas e conflitos públicos, inclusive sobre a pensão do filho. Quando questionada sobre o papel dele na vida de Anita, respondeu com discrição: “Prefiro não falar sobre isso. Sempre respeitosas as decisões das pessoas que amo.”
Filha de um empresário que prosperou na construção civil, Ana nasceu em Madri, em 1955. Embora tenha cursado biologia a pedido do pai, seguiu sua vocação artística. Sua estreia nas telonas foi em 1981, e ela logo ganhou fama internacional. Entre os trabalhos de destaque está sua atuação em Bolero, de 1984.