A recente queda de um Boeing 787 Dreamliner da Air India chocou o mundo. O desastre, ocorrido em Ahmedabad, na Índia, resultou na morte de 241 pessoas a bordo e deixou outras 24 vítimas no solo. Em meio aos escombros e à tristeza, uma história chamou a atenção: a de Vishwash Kumar Ramesh, o único sobrevivente da tragédia.
O assento 11A e a surpresa dos especialistas
Ramesh, um cidadão britânico de origem indiana, ocupava a poltrona 11A, um assento próximo à saída de emergência, mas que, segundo especialistas em segurança da aviação, não é exatamente um dos locais mais seguros em uma aeronave. Apesar da crença popular alimentada por publicações nas redes sociais, a localização onde ele estava não figura entre as mais protegidas em caso de impacto.
Not 100% verified yet but a potential survivor from seat 11A Air India plane crash. pic.twitter.com/OdqEhL6DvW
— Global𝕏 (@GlobaltrekX) June 12, 2025
Conforme análises anteriores, como a feita pela revista Time em 2015, os lugares mais seguros em um avião tendem a estar na parte traseira da cabine. Nessa seção, a taxa de sobrevivência costuma ser mais alta, especialmente em acidentes onde o impacto inicial ocorre na frente da aeronave.
Segurança em aviões: cada acidente é diferente
De acordo com Daniel Kwasi Adjekum, pesquisador em segurança aérea na Universidade da Dakota do Norte (EUA), é impossível generalizar completamente. “Tudo depende da dinâmica do acidente”, explicou ele à Live Science. Fatores como ângulo da queda, ponto de impacto e velocidade influenciam diretamente nas chances de sobrevivência dos passageiros.
Um outro levantamento, conduzido pela Universidade de Greenwich em 2008, sugeriu que passageiros sentados até cinco fileiras de uma saída de emergência têm maiores chances de escapar com vida, justamente pela facilidade de evacuação rápida. Ainda assim, essa vantagem não é absoluta.
Cheng-Lung Wu, professor na Universidade de Nova Gales do Sul, reforça essa ideia: “Não existe um lugar único que garanta a sobrevivência. Próximo às asas há mais estrutura, o que pode ajudar, mas isso também depende do tipo de acidente.”
O relato comovente do único sobrevivente
Vishwash foi encontrado andando, ferido, pelas ruas de Ahmedabad, entre os destroços do avião e os corpos dos passageiros, incluindo seu próprio irmão. Internado, ele falou sobre o momento em que percebeu que estava vivo:
“Tudo aconteceu diante de mim, e nem eu consigo acreditar que consegui sair disso com vida”, relatou ao canal estatal DD News.
O passageiro lembrou que instantes após a decolagem algo parecia estar errado. “As luzes verdes e brancas acenderam, e o avião acelerou de forma estranha antes de colidir com um prédio que, mais tarde, soube ser parte de um hospital”, detalhou.
“Achei que fosse morrer, mas quando abri os olhos, percebi que estava vivo. Soltei o cinto, vi espaço perto da porta quebrada e tentei escapar. Acho que o lado em que eu estava não bateu direto contra o prédio, e foi isso que me deu a chance de sair”, completou.