Sabe aquele objeto que está sempre por perto, que acompanha o sono da tarde, as viagens em família e até a visita ao pediatra? Com cheirinho de infância e um toque macio, ele parece inofensivo — mas pode estar mais sujo do que o assento de um vaso sanitário. Difícil de acreditar, né?
Estamos falando dos famosos bichinhos de pelúcia e cobertores de apego. Eles são companheiros inseparáveis das crianças, trazem conforto, segurança e até ajudam na hora de dormir. Mas, segundo um estudo recente, também podem acumular uma quantidade assustadora de bactérias.
Um alerta que pegou pais e mães de surpresa
A pesquisa foi conduzida pelo site britânico MattressNextDay e deixou muita gente de cabelo em pé. O estudo analisou o nível de contaminação de objetos do dia a dia infantil, como os brinquedos de pelúcia, e comparou com itens que costumamos considerar “sujos”, como o vaso sanitário. O resultado? Os pelúcias ganharam — e não foi no bom sentido.
Para medir os níveis de sujeira, os pesquisadores utilizaram um teste chamado bioluminescência ATP, que detecta a presença de adenosina trifosfato — uma substância encontrada em células vivas e que serve como indicador de contaminação. O ideal é que o valor fique abaixo de 200 unidades, mas em quase 30% dos bichinhos testados, os níveis ultrapassaram 1.000 unidades, chegando, em alguns casos, a mais de 1.900. Para efeito de comparação, a média encontrada em assentos sanitários foi bem menor.
Por que eles ficam tão sujos?
Segundo a médica Snieguole Geige, da clínica britânica It’s Me And You, o problema é simples: falta de lavagem. “Esses itens são quentes, úmidos e vivem em contato direto com a pele da criança. É o ambiente perfeito para a proliferação de bactérias, fungos e alérgenos”, explicou ao jornal The Sun.
Entre os microrganismos identificados estavam nomes nada amigáveis como Staphylococcus aureus e E. coli, que podem causar infecções respiratórias, irritações na pele e outros problemas. O risco é ainda maior para crianças com a imunidade em desenvolvimento ou que já têm alguma sensibilidade respiratória.

Com que frequência devo lavar?
A boa notícia é que dá para resolver isso com alguns cuidados simples. A recomendação dos especialistas é que bichinhos e cobertores usados com frequência sejam lavados pelo menos uma vez por mês — e sempre que possível em temperaturas acima de 60°C, para garantir uma limpeza eficaz.
Antes de jogar tudo na máquina, vale conferir as instruções da etiqueta. Alguns brinquedos, especialmente os que têm componentes eletrônicos, precisam de uma higienização mais delicada, feita à mão ou a seco.
Apego sim, mas com cuidado sempre
Não precisa arrancar o ursinho favorito do seu filho da cama agora mesmo. Esses objetos de apego são importantes para o bem-estar emocional da criança e têm um papel afetivo, especialmente em fases de adaptação, como a chegada da escola ou a mudança de rotina.
Mas carinho também significa cuidado. Manter esses itens limpos é uma forma simples — e eficaz — de proteger a saúde das crianças, sem abrir mão do conforto e da segurança que só aquele cobertor gasto ou aquele ursinho de estimação conseguem oferecer.