O pós-parto é um período que muitas mães enfrentam sozinhas, sem saber que, por trás de todo o cansaço, pode haver uma batalha emocional intensa. A atriz Olivia Munn se abriu sobre o impacto psicológico dessa fase, revelando que a experiência foi mais desafiadora para ela do que o próprio tratamento contra o câncer de mama.
Em uma entrevista à revista SELF, Olivia contou, de forma corajosa e sincera, sobre a dificuldade de lidar com as mudanças hormonais, a pressão para “ser perfeita” e a sensação de inadequação que tomou conta dela após o nascimento de seus filhos. A história que ela compartilhou pode parecer familiar para muitas mães que se sentem desamparadas durante o puerpério. Afinal, o pós-parto não é só sobre a recuperação física, mas também sobre lidar com as emoções que surgem com a chegada do bebê.
A maternidade pode ser emocionalmente devastadora
Apesar de estar em plena recuperação do câncer, Olivia compartilhou que o puerpério foi o momento mais difícil de sua vida. Ela descreveu como, após interromper a amamentação, seus hormônios despencaram e o pós-parto foi como um tornado em sua vida. Muitas mães, como ela, passam por uma montanha-russa emocional, onde o cansaço físico se mistura com sentimentos de solidão e culpa.
A comparação com outras mães nas redes sociais também agravou o seu sofrimento. Olivia viu fotos de mulheres que pareciam ter tudo sob controle, com a energia necessária para usar roupas que ela jamais imaginaria vestir. Isso a fez questionar sua própria capacidade e, como muitas mães, ela sentiu que não era o suficiente.
Ansiedade materna: o que ninguém te avisa sobre o pós-parto
Embora a tristeza pós-parto já tenha sido amplamente discutida, a ansiedade materna ainda é um tema pouco abordado. Olivia revelou como era comum acordar de madrugada com o coração acelerado, sentindo-se sobrecarregada e com a sensação de estar à beira do colapso. A ansiedade era tão intensa que ela precisou do apoio do marido para se mover pela casa, uma experiência física e real que a fez perceber como o pós-parto pode afetar profundamente o corpo e a mente.
O peso de não conseguir atender às expectativas
Outro aspecto que Olivia abordou foi a frustração com a amamentação. Apesar de buscar ajuda de especialistas e tomar medidas para aumentar a produção de leite, ela enfrentou dificuldades e a sensação de inadequação aumentou. O dia em que sua mãe, sem querer, jogou fora o leite materno que ela havia conseguido extrair foi um ponto de virada emocional, levando-a às lágrimas e à frustração.
A pressão para amamentar de forma exclusiva, tão comum na sociedade, pode gerar um peso enorme sobre as mães, que muitas vezes se sentem culpadas por não atenderem a todas as expectativas.
A verdadeira força
Olivia, que passou por tantas dificuldades — entre o câncer, o puerpério e a criação de dois filhos pequenos — hoje vê suas cicatrizes como marcas de resistência. Ela conta que, ao olhar para seu corpo, vê não apenas feridas, mas sinais de que sobreviveu a tudo o que enfrentou.
A história de Olivia não é sobre superação no sentido tradicional, mas sobre a aceitação das fragilidades que todas as mães têm. O maior aprendizado está em reconhecer que a maternidade pode ser uma experiência desafiadora e que, muitas vezes, a verdadeira força vem ao admitir nossas vulnerabilidades.
Sobreviver ao puerpério é uma forma de resistência
O relato de Olivia Munn lembra a todas as mães que o pós-parto não é uma fase simples. Ele pode ser, de fato, emocionalmente devastador. Mas, também nos ensina que, ao compartilharmos nossas dificuldades, podemos nos unir, encontrar apoio e, talvez, até mesmo encontrar forças que não sabíamos que tínhamos. Quando falamos abertamente sobre o que ninguém vê, criamos um espaço mais acolhedor para todas as mulheres que, como Olivia, estão vivendo o lado oculto da maternidade.