A Alzheimer é uma doença que, embora afete a memória e as funções cognitivas, não consegue apagar completamente as emoções mais profundas. Esse é o exemplo tocante de um idoso de 86 anos, que, apesar de sofrer com a perda de memória, se emocionou ao se lembrar de seu fiel companheiro de quatro patas, o cãozinho Campeiro. O reencontro entre os dois foi registrado em um vídeo emocionante, compartilhado por sua filha, Andréa Fonseca, e rapidamente conquistou as redes sociais.
A filha de Andréa, que reside em Canoas, Rio Grande do Sul, gravou o momento em que o pai, apesar dos desafios impostos pela doença, se lembrava de Campeiro após meses sem vê-lo. “Algumas memórias podem se apagar, mas o amor verdadeiro permanece”, escreveu Andréa ao descrever a cena, capturando um momento de puro afeto entre o idoso e seu animal de estimação. No vídeo, o senhor, que não teve sua identidade revelada, chama com carinho pelo cachorro: “Cadê o Campeiro? Cadê o Campeiro, velho?”
O cão, com evidente alegria, abana o rabo e pula, visivelmente empolgado pelo reencontro. “O brilho no olhar, o carinho espontâneo, a conexão que palavras não explicam… Nem o tempo, nem a doença conseguem levar o que o coração sente”, acrescentou Andréa em sua publicação, ressaltando a força do vínculo afetivo entre eles, que permanece inalterado, apesar da progressão do Alzheimer.
O reencontro com o melhor amigo
O pai de Andréa, que reside em uma clínica de cuidados na região, tem a felicidade de receber visitas regulares de sua filha, que o leva para passeios, sempre que possível. A alegria do idoso ao encontrar Campeiro, seu amigo inseparável, é visível. Mesmo com a doença avançada, o senhor demonstra uma memória afetiva intacta, especialmente quando se trata do seu cachorro. Ao descer do carro, ele se dirige rapidamente para o cão, chamando-o de “meu velho Campeiro”, em uma demonstração clara de como a relação com os animais pode ser profunda e inesquecível.
Apesar de todas as limitações causadas pela doença, o idoso é capaz de reviver a conexão emocional que compartilha com Campeiro, algo que jamais se perde, mesmo com o avanço do tempo. O momento é ainda mais comovente quando se pensa na persistência do afeto, que, de alguma forma, se mantém vivo na memória afetiva, um fenômeno científico já comprovado, que destaca como as memórias emocionais são preservadas mais tempo em pessoas com Alzheimer.
@deapeople Algumas memórias podem se apagar, mas o amor verdadeiro permanece. 💙✨ A reação do papai, 86 anos, que tem Alzheimer, ao reencontrar seu cachorro depois de tanto tempo prova que certos laços são eternos. 🐾❤️ O brilho no olhar, o carinho espontâneo, a conexão que palavras não explicam… Nem o tempo, nem a doença conseguem levar o que o coração sente. ✨💞 #AmorQueFica #MemóriasDoCoração #laçoseternos #amordepet #cachorro ♬ som original – A vida de Fofa
A repercussão nas redes sociais
O vídeo de Andréa foi um sucesso instantâneo, alcançando milhões de visualizações e gerando uma onda de emoção nos internautas. O reencontro entre o idoso e seu cãozinho tocou muitos corações, especialmente daqueles que já passaram por experiências semelhantes. “Coisa linda, mesmo com Alzheimer dá pra ver o sentimento dele pelo doguinho”, comentou um internauta, demonstrando a força do vínculo que transcende as limitações físicas e mentais.
Outro seguidor não conseguiu conter as lágrimas e expressou sua emoção ao ver o vídeo: “Chorei de emoção! Parabéns, moça, pelo cuidado com seus pais, espero ser pelo menos a metade disso para os meus véios”. A sensibilidade e dedicação de Andréa com seu pai geraram muitos elogios, evidenciando o impacto que a relação familiar e a presença dos animais de estimação podem ter sobre a saúde emocional dos idosos.
Em outro comentário, um seguidor ressaltou a importância dos animais na vida das pessoas, principalmente para aqueles com doenças como Alzheimer. “Os animais são extremamente necessários em nossas vidas”, afirmou, reconhecendo o papel terapêutico que os bichinhos desempenham em momentos de fragilidade.
O poder das memórias afetivas
Pesquisas científicas mostram que, apesar de o Alzheimer provocar a perda gradual das memórias mais recentes, as memórias afetivas – aquelas relacionadas a emoções e vínculos profundos – têm mais chances de serem preservadas por mais tempo. A memória afetiva é considerada uma das últimas a desaparecer em pacientes com doenças neurodegenerativas, o que explica a intensa ligação que o idoso ainda sente por Campeiro, mesmo com os danos causados pela doença.
A relação com animais de estimação, em particular, é um poderoso estímulo para a memória afetiva. Estudos demonstram que interações com cães podem melhorar o bem-estar emocional e até estimular memórias antigas em pacientes com Alzheimer, como foi o caso do senhor neste vídeo. O simples gesto de acariciar um animal pode ativar áreas do cérebro responsáveis pelas emoções, ajudando a manter vivos os sentimentos de afeto e conexão.
De acordo com o site Cora Senior, a memória afetiva é uma das últimas funções cognitivas a desaparecer em pacientes com Alzheimer. Essa preservação das emoções mais profundas é uma das razões pelas quais os animais de estimação têm um papel crucial na vida de muitas pessoas, especialmente aquelas que enfrentam a doença. O contato com os cães não apenas traz conforto, mas também pode ajudar a despertar memórias antigas e proporcionar momentos de alegria, como foi visto no reencontro entre o idoso e Campeiro.