Imagina voltar de férias com a família, cheio de boas lembranças, e de repente perceber que algo está diferente com seu filho. Foi o que aconteceu com Carole e seu filho Hugo, de apenas três anos. Após curtirem dias de sol no sul da França, ela percebeu que o olho direito do menino estava inchado, quase fechado, e com um caroço visível. A princípio, parecia algo simples, talvez uma infecção ou reação alérgica comum após a viagem.
Mas, ao contrário do que esperava, o inchaço não melhorava. Mesmo assim, nas primeiras idas ao médico, a resposta foi sempre a mesma: “provavelmente é um vírus”, “deve ser só uma alergia”. O tipo de coisa que muitos pais escutam quando percebem algo fora do normal nos filhos.
Quando insistir faz toda a diferença
Mesmo sem formação médica, Carole sentia que havia algo errado. E essa sensação, que todo pai e mãe conhece bem, não saía da cabeça dela. Então, ela decidiu seguir seu instinto. Após marcar uma terceira consulta no mesmo dia, finalmente conseguiu encaminhamento para um hospital maior, onde exames mais aprofundados foram feitos.
Foi aí que veio o diagnóstico que ninguém espera ouvir: leucemia mieloide aguda. Um tipo de câncer agressivo que afeta o sangue e que exige tratamento imediato. A confirmação veio após ressonância magnética e biópsia. Hugo foi transferido de hospital, começou a quimioterapia e, em seguida, passou por um transplante de células-tronco.

O que é a leucemia mieloide aguda?
A leucemia mieloide aguda (LMA) é um tipo raro de câncer que afeta os glóbulos brancos do sangue, prejudicando o sistema imunológico. Ela pode se desenvolver de forma muito rápida e exige tratamento urgente. Entre os principais sintomas estão:
- Palidez
- Cansaço excessivo
- Falta de ar sem motivo aparente
- Infecções frequentes
- Perda de peso inexplicável
- Sangramentos ou hematomas sem causa
Esse tipo de leucemia pode atingir qualquer idade, mas é ainda mais assustador quando aparece na infância. A boa notícia é que, com o tratamento adequado, é possível vencer a doença, como foi o caso de Hugo. Outro ponto muito importante no caso de câncer em crianças é ficar atento à detecção precoce, aumentando as chances de cura.
Um final feliz (e cheio de aprendizado)
Hoje, Hugo está livre do câncer. Ele ainda precisa tomar alguns medicamentos e fazer exames regulares, mas leva uma vida saudável, brincando de futebol, jogando golfe e se divertindo como qualquer criança da idade dele. Quem o vê correndo por aí nem imagina a batalha que ele enfrentou tão pequeno.
Carole reforça a importância de confiar no próprio instinto. Afinal, ninguém conhece uma criança melhor do que seus pais. E quando algo não parece certo, não dá para aceitar uma resposta vaga. É preciso insistir, buscar outras opiniões e fazer barulho se for preciso.
Fique atento: você é a primeira linha de defesa do seu filho
Levar os filhos ao médico não é só rotina, é também uma oportunidade de identificar problemas que podem estar escondidos. Mesmo quando os sintomas parecem pequenos, como um inchaço ou um resfriado que não passa, vale o alerta. Os pais têm um papel essencial como observadores atentos e defensores da saúde dos filhos.
E se o médico disser que está tudo bem, mas você sentir que não está, não hesite: marque outra consulta, procure outra opinião, vá mais longe. Pode parecer exagero, mas às vezes é isso que salva vidas.