Imagine a cena: uma funcionária dedicada, há cinco anos trabalhando como recepcionista em uma empresa de Salvador, decide pedir 120 dias de licença-maternidade. Motivo? Cuidar do seu bebê reborn, um boneco super realista, tratado por ela como parte da família. Parece roteiro de filme, mas aconteceu de verdade.
Para ela, o bebê reborn era mais que um brinquedo: era um filho. Com base nisso, entrou com um pedido formal de licença-maternidade, com direito a salário-família e tudo. Mas a resposta da empresa foi direta: “Você não é mãe de verdade”. A negativa não só frustrou a funcionária como abriu espaço para a zombaria dos colegas.

O clima azedou no trabalho
Segundo os documentos do processo, a mulher relatou que passou a ser alvo de piadas cruéis. Disseram até que o que ela precisava era de um psiquiatra, não de um benefício trabalhista. Se sentindo desrespeitada e emocionalmente abalada, decidiu entrar com uma ação na Justiça pedindo R$10 mil por danos morais.
O processo também incluía o pedido de rescisão indireta do contrato de trabalho, acesso ao FGTS, pagamento retroativo do salário-família e a concessão de justiça gratuita. A defesa argumentou que o nível de cuidado que ela dedicava ao bebê reborn era comparável ao de uma maternidade tradicional.
Após críticas e muita repercussão negativa, a equipe jurídica da funcionária desistiu do processo. O caso, que tramitava no Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região, foi arquivado sem decisão final.