Quem é mãe ou pai já sabe: basta sair de casa com a criança que alguém vai querer opinar. E, às vezes, os comentários ultrapassam todos os limites do bom senso. Foi o que descobriu a criadora de conteúdo Jasmine Giachetti, mãe de duas crianças e grávida do terceiro filho, ao fazer um desabafo no TikTok. O que começou como uma simples pergunta virou um verdadeiro confessionário coletivo sobre os comentários mais ofensivos que pais e mães já ouviram sobre a aparência de seus filhos.
“Algo em comentar sobre a aparência das crianças sempre me parece muito estranho”, disse Jasmine em entrevista ao TODAY.com. No vídeo, ela escreveu: “Me conte a coisa mais sem noção que já disseram sobre a aparência do seu filho”, e foi aí que a internet abriu o coração (e o baú de absurdos).
Os comentários mais absurdos (e dolorosos)
Entre os relatos compartilhados, alguns são tão inacreditáveis que a gente mal consegue imaginar que alguém realmente teve coragem de dizer em voz alta. Veja alguns dos mais marcantes:
- “Disseram que eu devia ter vergonha de usar corte de cabelo como punição… meu filho tem alopecia.”
- “Vivem dizendo que meu filho é muito bonito e que provavelmente serei uma avó jovem. Ele tem 3 anos!”
- “Minha filha tem autismo e MUITA gente já falou: ‘Ela não parece autista’. Por favor, me explica como autismo deveria parecer?”
- “Uma assistente médica disse que meu filho tem um rosto que só uma mãe poderia amar.”
- “Uma senhora mais velha me disse que meus gêmeos são absolutamente ‘sequestráveis’. Como alguém diz isso para uma mãe?”
- “Continuam dizendo que meu bebê é uma paqueradora. Ela tem 9 meses.”
- “‘Uau, olha só essas orelhas!’ disse um desconhecido na loja. Puxei meu cabelo para trás e falei: ‘Ele herdou de mim’. O homem ficou super sem graça.”
- “Uma mulher me disse que eu deveria colocar meu bebê de 2 meses em uma dieta.”
- “‘Uau, sua filha tem o corpo de uma jogadora de hóquei.’”
- “‘Por que sua filha é assim?’ Minha filha tem necessidades especiais e isso me destruiu. Eu a acho linda.”
- “Não foi comigo, mas estava na sala de parto com minha irmã quando ela deu à luz. O bebê nasceu com síndrome de Down e uma ENFERMEIRA disse: ‘Ah, que pena. Quem sabe na próxima… nem todos podem ser rainhas da beleza.’”
- “‘Ele está em transição?’ Uma senhora me disse sobre minha FILHA de 2 ANOS de vestido rosa, que tem leucemia e perdeu o cabelo devido à quimioterapia.”
Apesar de nunca ter recebido comentários ofensivos de desconhecidos, Jasmine contou que um parente costumava chamar sua filha de 3 anos de “gordinha”, com uma certa ternura, por conta do apetite e do metabolismo acelerado da menina. “Essa pessoa é de outra geração, onde essas coisas talvez fossem vistas como normais, mas com certeza deixavam uma marca em quem ouvia”, explicou. Jasmine conversou com o parente, que parou de usar o apelido.

Como reagir quando alguém insulta seu filho
Mesmo que o comentário venha disfarçado de brincadeira ou carinho, é importante não deixar passar. Existem formas de interromper esse tipo de comportamento sem precisar entrar em discussões desgastantes. Veja algumas respostas que ajudam a colocar um ponto final educado, mas firme:
- “Não falamos sobre o corpo do meu filho.”
- “Isso não é algo apropriado para se dizer.”
- “Interessante você dizer isso para um estranho.”
- “Nós não nos conhecemos tão bem assim.”
Essas frases mostram que a conversa cruzou uma linha, sem que você precise ser grosseiro. Além disso, ao reagir, você dá o exemplo para a criança sobre como se defender de comentários indelicados e reforça o respeito como valor.
E se a criança ouviu e ficou magoada?
Se seu filho ou filha ouviu e entendeu o comentário ofensivo, vale a pena conversar. O ideal é mostrar que o problema está em quem fez a crítica, e não na criança. Uma boa pergunta para abrir esse diálogo é: “Por que você acha que essa pessoa disse isso?”
Pode ser que o comentário tenha vindo de alguém entediado, querendo atenção ou que se lembrou de outra pessoa. O importante é deixar claro que o comportamento não foi aceitável. E, assim, você ajuda a criança a perceber que não precisa internalizar esse tipo de comentário — a responsabilidade não é dela.