
Rebecca Wood, há quatro anos, precisou escolher entre cuidar da própria saúde ou a da filha. Na mesma época em que a menina precisava ir à uma fonoaudiólogo, um dos dentes dela havia trincado, mas não tinha dinheiro para custear os dois tratamentos. Ela escolheu pelo da filha.
Algum tempo depois, a mãe piorou e teve uma infecção grave na mandíbula. Quando pôde visitar um médico, Rebecca descobriu que teria que arrancar todos os dentes, e assim fez. Sem dinheiro para pagar por uma anestesia geral, ela teve que apenas tomar uma injeção no local. No procedimento, que levou seis horas, ela desabafou à Folha de São Paulo: “Eu estava acordada durante toda a operação, chorando”.
Apesar de ter um plano de saúde, nos Estados Unidos o convênio não cobre todo o tratamento, então, na maior parte das vezes, o paciente precisa pagar grande parte. A mãe contou ainda que a dificuldade financeira aconteceu quando a filha nasceu prematura, e decidiu não poupar para cuidar dela.

Atualmente, com 40 anos, Rebecca conta que fez faculdade, casou e pagou por um convênio médico: “Fiz tudo o que esperavam de mim”, desabafou. Hoje, ela tem dificuldade para falar, comer e até mesmo engolir a própria saliva. Um dos hobbies preferidos da mãe era tocar trompete, mas, infelizmente, não consegue mais fazer isso, pois precisava arcar com os R$ 5.000 do tratamento dentário.