O aleitamento materno é muito importante, mas cheio de desafios. E é por isso que algumas técnicas foram criadas para facilitar este processo. A translactação, por exemplo, possibilita que o bebê seja amamentando com leite (materno ou preparado) por meio de uma sonda colocada próxima ao seio.
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Este procedimento é realizado para que o bebê estimule a mama e para que a mãe volte a produzir leite. A técnica também é feita para que a troca de afeto entre mãe e filho seja mantida.
Este foi o ponto mais importante para Cristiane Saad, mãe do Felipe, de 4 anos. Quando nasceu, Felipe tinha mais fome que a quantidade de leite que a mãe tinha para oferecer. Isso ocorreu porque aos 17 anos ela fez uma cirurgia, que reduziu os ductos mamários (canais por onde o leite sai).
“Só fiquei sabendo que essa era uma complicação do procedimento na gravidez, quando descobri a translactação”, conta Cristiane. Mesmo assim, ela tinha esperanças de conseguir amamentar. “Foi muito complicado quando ele foi parando de sugar o leite do meu peito, me senti incapaz.”
Foi quando decidiu procurar uma doula (profissinal que dá suporte físico e emocional a outras mulheres antes, durante e após o parto) para ajudar na translactação. Além da especialista, Cristiane foi à maternidade algumas vezes para realizar a translactação, mas, também é possível fazer em casa.
O kit para o procedimento, que inclui uma sonda médica fina, um recipiente para o leite e fita adesiva para fixar a sonda no bico do seio pode ser encontrado em farmácias e lojas especializadas.
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Cristiane utilizou a técnica por cinco meses e meio e garante que o resultado foi muito positivo. “Além do contato que continuei tendo com meu filho, o pouco leite que saia do meu peito quando ele sugava a sonda já fez com que ele [o bebê] se tornasse mais forte. Quase não ficou doente.”
O sucesso da translactação se deve, principalmente, a fatores emocionais. De acordo com Luciane C. R. Fernandes, mãe de João e Davi e enfermeira, doula e consultora em aleitamento materno, a maioria das mulheres se sente fragilizada emocionalmente e cercada de medos relacionados ao cuidados com o bebê.
“Sem apoio, fica tudo mais difícil e a mãe pode acabar desistindo de amamentar. Por isso, orientações de qualidade são extremamente importantes para que a mulher consiga passar por esse momento de forma mais leve”, afirma.
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