O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que impacta a memória, o raciocínio e a qualidade de vida de milhões de pessoas. E, enquanto a ciência segue buscando formas de prevenir e tratar essa condição, um fator do dia a dia pode estar acelerando seu avanço: o consumo excessivo de álcool.
Um estudo realizado pelo Scripps Research aponta que beber em excesso pode intensificar processos biológicos ligados à progressão do Alzheimer. Mas o que isso significa na prática? Vamos entender como o álcool afeta o cérebro e quais medidas podem ajudar a proteger a saúde cognitiva.

A relação entre álcool e saúde cerebral
Já sabemos que o consumo de álcool tem impactos no funcionamento do cérebro, mas os pesquisadores resolveram ir mais fundo e investigar como isso se manifesta especificamente em pessoas com Alzheimer. O foco do estudo foi o neocórtex, região cerebral envolvida em funções cognitivas avançadas, como linguagem e tomada de decisão.
Os cientistas descobriram que o álcool pode aumentar a inflamação no cérebro e prejudicar a comunicação entre os neurônios. Além disso, foi observada uma ativação exagerada das microglias, células do sistema imunológico cerebral. Quando hiperativas, essas células podem comprometer a barreira protetora do cérebro, permitindo a entrada de substâncias que aceleram o declínio cognitivo.
O que o estudo revelou?
Os resultados mostraram que indivíduos com Alzheimer que consumiam álcool em excesso apresentaram uma queda significativa na expressão de genes essenciais para a comunicação neuronal. Essa alteração foi ainda mais evidente em estágios avançados da doença e em pessoas com histórico prolongado de consumo elevado de álcool.
Outro ponto preocupante foi a deterioração da rede vascular cerebral, responsável pelo transporte de oxigênio e nutrientes para o cérebro. Isso pode agravar a neurodegeneração e acelerar a progressão do Alzheimer.
Embora ainda sejam necessários mais estudos para compreender completamente o impacto do álcool na doença, os cientistas ressaltam a importância de manter hábitos saudáveis para proteger a função cognitiva.

Como proteger o cérebro e a memória
Se a ideia é manter a saúde do cérebro em dia, algumas medidas podem fazer toda a diferença:
- Moderação no consumo de álcool: reduzir a quantidade de bebidas alcoólicas pode ser um passo importante para evitar complicações.
- Dieta equilibrada: incluir alimentos ricos em antioxidantes, ômega-3 e vitaminas do complexo B pode ajudar a proteger os neurônios.
- Exercícios físicos: a prática regular de atividades físicas melhora a circulação sanguínea e pode ajudar na prevenção do declínio cognitivo.
- Sono de qualidade: dormir bem é essencial para a recuperação das funções cerebrais e para a memória.
- Atividades cognitivas: manter o cérebro ativo com leitura, quebra-cabeças e novos aprendizados fortalece as conexões neurais.
Conscientização é fundamental
Com a ciência trazendo cada vez mais informações sobre os fatores que influenciam o Alzheimer, é essencial que as pessoas estejam cientes dos riscos associados ao consumo excessivo de álcool. Pequenas mudanças no estilo de vida podem fazer uma grande diferença na saúde cognitiva a longo prazo.
Se você ou alguém próximo tem histórico de Alzheimer na família, vale a pena refletir sobre esses hábitos e buscar maneiras de fortalecer a saúde do cérebro. Afinal, cuidar da mente é um investimento que vale para a vida toda.