A dificuldade para respirar foi o assunto dos últimos meses. Calor extremo, poluição, queimadas, tudo isso fez do ar que respiramos uma ameaça à saúde. E, acredite se quiser, isso também tem relação com a fertilidade.
Os riscos surgem porque a poluição e o calor extremo estão envolvidos com a menor contagem de espermatozoides, taxas de gravidez reduzidas e um risco aumentado de aborto espontâneo.
No começo do ano, a Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE) publicou um documento com várias fichas técnicas que pedem ações imediatas dos governos para enfrentar os efeitosdas alterações climáticas.
Atualmente, metade dos países em todo o mundo apresenta uma taxa de fertilidade abaixo do nível de substituição (quando as taxas de natalidade e mortalidade são iguais).
Embora tratável, as ameaças ambientais inserem um número maior de pessoas no problema da infertilidade e os procedimentos ainda não são acessíveis para a maioria. Os principais dados dão conta de que:
1. Calor na hora do parto prejudica a saúde da mãe e do bebê
As mães expostas ao calor durante o parto têm maior probabilidade de sofrer de hipertensão, resultados de gravidez mais desfavoráveis e internações hospitalares mais prolongadas;
2. Bilhões vivem em áreas altamente vulneráveis ao clima
Cerca de 3,6 bilhões de pessoas vivem em áreas consideradas “altamente vulneráveis” à mudança do clima;
3. Proximidade de vias movimentadas reduz taxas de gravidez
As taxas de gravidez aumentam 3% a cada 200 metros entre uma residência e uma estrada principal, o que exemplifica o impacto das emissões de poluentes pelos carros na infertilidade;

4. Poluição do ar causa milhões de nascimentos prematuros
Um total de 2,7 milhões (18%) de nascimentos prematuros em todo o mundo podem ser atribuídos à poluição causada por material particulado fino. Um desses poluentes é o material particulado 2.5 (PM 2.5), que está associado a um aumento da probabilidade de perda da gravidez em diversas regiões do mundo;
5. Incêndios florestais e calor extremo impactam peso ao nascer
A exposição a incêndios florestais tem sido associada ao risco de baixo peso à nascença. Além disso, as mulheres grávidas expostas ao calor extremo correm maior risco de parto prematuro, bebês com baixo peso ao nascer e natimortos.
O documento enfatiza a ameaça crescente das mudanças climáticas, poluentes e produtos químicos que desregulam os hormônios reprodutivos. Muitas vezes a fertilidade não é vista como uma prioridade e são necessárias mais medidas para enfrentar o impacto das alterações climáticas. É necessária uma ação rápida para proteger não somente esta geração, mas também a saúde e a fertilidade das gerações futuras.








