Se tem algo que chama a atenção nos primeiros dias de vida de um bebê, são aqueles movimentos automáticos que parecem ensaiados desde a barriga. Coloque um dedo na boca dele e pronto: começa a sugar. Acenda a luz e lá vêm os olhos se fechando rapidamente. Esses gestos não são coincidência, fazem parte dos chamados reflexos primitivos.
Presentes desde o nascimento, esses reflexos são reações involuntárias a estímulos externos. Podem parecer só “coisinhas fofas” à primeira vista, mas têm um papel importante na avaliação do desenvolvimento neurológico do bebê. E mais: a ausência de algum deles pode indicar algo que precisa de atenção. Por isso, aquela primeira consulta ao pediatra, recomendada ainda na primeira semana de vida, é tão essencial. É nessa hora que muitos desses reflexos são testados.
Para que servem os reflexos primitivos do bebê?
Alguns reflexos surgem ainda durante a gestação e têm tudo a ver com sobrevivência, como sugar e engolir. Eles já aparecem nos exames de ultrassom, com alguns bebês chupando os dedos antes mesmo de nascer.
Outros movimentos são reflexos que vão desaparecer com o tempo, para dar espaço a ações voluntárias. É o caso de comportamentos como fixar o pescoço ou até “andar”. Aos poucos, o sistema nervoso vai amadurecendo e o corpo começa a se mover de forma mais coordenada.
Vale lembrar: nem todos os bebês vão apresentar os reflexos no mesmo momento. Comparações com outras crianças não ajudam, mas, se algo gerar dúvida ou preocupação, conversar com o pediatra é sempre o melhor caminho.
Conheça os principais reflexos do recém-nascido
Reflexo de Moro
É o famoso “susto”. Quando ouve um barulho forte ou sente um movimento brusco, o bebê estica o pescoço, joga os braços para os lados e geralmente chora. Apesar de parecer dramático, é normal, e tende a desaparecer nos primeiros meses.
Perioral e sucção
Ao tocar os lábios do bebê, ele começa a sugar. Esse reflexo é essencial para a amamentação e aparece antes mesmo do nascimento.
Voracidade (reflexo dos pontos cardeais)
Se você encostar de leve na bochecha do bebê, ele vira a cabeça naquela direção, como se estivesse procurando o seio para mamar. Esse reflexo costuma desaparecer por volta dos três ou quatro meses.
Marcha
Esse é daqueles que fazem os adultos arregalar os olhos. Quando sustentado pelas axilas, com os pés apoiados, o bebê faz movimentos que lembram passos, como se quisesse andar. Mas é só reflexo, e some logo nas primeiras semanas.
Preensão (palmar e plantar)
Encostou no pé ou na mão? O bebê vai apertar com força. Quanto mais você tenta tirar o dedo, mais firme ele segura.

Fuga à asfixia
Quando o rosto do bebê é colocado de frente para o colchão, ele vira a cabeça em poucos segundos para desobstruir as vias respiratórias. Um reflexo essencial para a segurança.
Reflexo de Babinski (plantar)
Ao tocar a sola do pé com certa firmeza, o dedão se estica e os outros dedos se abrem. É uma resposta natural dos nervos do pé do bebê.
Reflexo tônico do pescoço
Quando o bebê está de barriga para cima e a cabeça é virada para um lado, o braço do mesmo lado se estica e o oposto se dobra. A posição é parecida com a de um esgrimista.
Reflexo de Galant
Se você passar os dedos de leve em um lado das costas do bebê, ele curva o corpo para aquele lado. Esse reflexo é observado com o bebê de bruços.
Reflexo de natação
Muitos dizem que os bebês “nascem sabendo nadar”. Na verdade, é um conjunto de reflexos herdados da vida intrauterina. Quando colocados na água com o rosto para baixo (sempre com a supervisão de um adulto!), eles mexem braços e pernas como se estivessem nadando, prendem a respiração e até abrem os olhos. Mas vale lembrar: isso não significa que sabem nadar de verdade ou que estão seguros sem ajuda.








