A partir da metade da gestação, uma cena passa a fazer parte da rotina de quem está esperando um bebê: a fita métrica aparece nas consultas de pré-natal. Isso mesmo! É com ela que o profissional de saúde mede a chamada altura uterina, e essa medida diz muito mais do que parece sobre o desenvolvimento do bebê.
Mas afinal, o que é a altura uterina? Ela nada mais é do que a distância, em centímetros, entre o osso púbico (logo acima da região íntima) e o topo do útero, que é palpado na barriga. Apesar de invisível aos olhos, o útero pode ser sentido com o toque, e essa medição é uma forma prática de acompanhar como o bebê está crescendo e se posicionando lá dentro.
O que a altura uterina pode revelar
Essa medida simples, feita com uma fita métrica comum, é uma aliada importante para entender o tamanho do útero e, indiretamente, o do bebê. O número em centímetros costuma acompanhar as semanas de gestação. Ou seja: se a pessoa está com 20 semanas, espera-se que a altura uterina esteja por volta de 20 centímetros, com uma margem de 3 cm para mais ou para menos.
Com isso, os profissionais conseguem monitorar o crescimento fetal de forma prática e sem exames. Mas o que acontece quando a altura uterina foge desse padrão?
Quando a altura uterina está maior do que o esperado
Se a medida ultrapassa 3 centímetros a mais do que o esperado para a semana gestacional, é sinal de que algo merece uma investigação mais detalhada. Por exemplo, uma altura uterina de 25 cm em uma gravidez de 20 semanas pode levantar algumas possibilidades. E é aí que o ultrassom entra para esclarecer o cenário.
Entre os motivos para uma medida mais alta, estão:
- A gestação estar mais avançada do que o previsto inicialmente.
- Os músculos abdominais estarem mais frouxos, por conta de gestações anteriores ou diástase.
- A presença de miomas.
- Gravidez de gêmeos (ou mais!).
- Excesso de líquido amniótico, chamado de polidrâmnio.
- Bebê posicionado mais alto, como quando está sentado ou há placenta prévia.
- Presença de diabete gestacional, que pode fazer o bebê crescer mais do que o comum (macrossomia fetal).
E claro, também há casos em que o bebê simplesmente é maior, saudável e seguindo um padrão familiar, ou seja, ser grande pode estar no DNA da família.

Quando a altura uterina está menor do que o esperado
Por outro lado, se a medida estiver abaixo do esperado em mais de 3 centímetros, isso também merece atenção. Por exemplo, uma altura uterina de 15 cm para 20 semanas de gestação pode indicar que a gravidez está em um estágio anterior ao previsto, ou seja, menos semanas do que se pensava. De novo, o ultrassom é o grande aliado para confirmar.
Outras possíveis causas incluem:
- Estatura mais baixa da gestante ou músculos abdominais mais firmes.
- Pouco líquido amniótico.
- O bebê já ter encaixado na pelve (algo comum no final da gravidez).
- Restrição de crescimento intrauterino, em que o bebê cresce menos do que o ideal — chamado de PIG, pequeno para a idade gestacional.
Neste último caso, é comum o médico agendar ultrassonografias extras para acompanhar o desenvolvimento do bebê bem de perto.
O que pode causar a restrição de crescimento
Quando o bebê está crescendo menos do que deveria, uma das causas pode ser a má circulação na placenta. Esse tipo de complicação pode surgir em casos de pré-eclâmpsia ou até como consequência de infecções, como a Covid-19. Nesses cenários, a equipe médica passa a monitorar com mais frequência a vitalidade do bebê, podendo até optar por antecipar o parto se for necessário garantir a saúde de todos.











