Na última quarta-feira (16), Bruno Fernandes, ex-goleiro envolvido no caso do assassinato de Eliza Samudio, concedeu uma entrevista à advogada Mariana Migliorini. Durante a conversa, ele falou sobre sua tentativa de reconstrução pessoal, a vida após a prisão, o vínculo com os filhos e as polêmicas em torno da pensão alimentícia de Bruninho Samudio, fruto da relação com a vítima.
Distante dos gramados e focado na família
Bruno relatou que, após cumprir a pena de 10 anos em regime fechado, sua tentativa de reinserção no futebol foi frustrada. “Eu tentei, mas não consegui voltar à minha carreira”, declarou. O ex-jogador ainda afirmou que buscou outros meios de sustento e atualmente está empregado fora do meio esportivo.
Segundo ele, um dos principais motivos para se afastar completamente dos campos foi o impacto emocional que isso causaria nos filhos. “Já não assisto mais aos jogos. Preferi não seguir no futebol para proteger meus filhos das consequências do que eu fiz no passado. Não acho justo que eles carreguem esse fardo”, desabafou.

Relação com os filhos: tentativa de aproximação com Bruninho
Bruno é pai de cinco filhos, incluindo Bruninho, hoje com 15 anos, que atualmente joga como goleiro nas categorias de base do Botafogo. Apesar da história traumática, o ex-atleta contou que procurou uma aproximação com o jovem. “Convidei para conhecer as irmãs, inclusive a Bruna, minha filha mais velha, tem o desejo de encontrá-lo”, revelou.
Para ele, esse reencontro é inevitável: “Em algum momento, a vida vai nos colocar frente a frente. Essa será a conversa mais difícil que terei. Estou me preparando para isso, porque ele é a única pessoa para quem eu realmente devo uma explicação”.
Contudo, segundo Bruno, a tentativa de reaproximação foi interrompida pela mãe de Eliza Samudio, Sônia Moura, que teria impedido qualquer tipo de contato. “Ela rompeu o elo assim que descobriu que estávamos tentando nos aproximar”, afirmou.
A polêmica sobre a pensão
Bruno também se defendeu das recentes acusações envolvendo uma suposta dívida de pensão alimentícia. De acordo com Sônia Moura, o ex-goleiro estaria devendo cerca de R$ 90 mil em pagamentos referentes aos últimos três anos.
Contudo, ele contestou os valores. “Estão exigindo quantias irreais. Como posso pagar R$ 100 mil, R$ 200 mil ou até R$ 300 mil se a minha realidade atual é outra? Já entrei com pedido de revisão. Eu quero cumprir minha obrigação, mas dentro do que eu realmente posso pagar”, explicou. E completou: “Se eu recebo dois salários mínimos, como vou destinar isso tudo só para pensão?”.
Casado desde 2017 com Ingrid Calheiros, Bruno agora tenta seguir a vida longe das manchetes policiais. Com cinco filhos de diferentes relacionamentos, ele busca manter-se presente como pai e evitar que os erros do passado impactem as novas gerações.










