O 19º Seminário Pais&Filhos está rolando com energia total! A programação do dia foi aberta com a palestra, “A arte de saber pedir ajuda”, com Isa Minatel, além de reunir pais e especialistas para discutir sobre a necessidade de ter uma rede de apoio por perto e o momento certo de saber pedir ajuda a essa rede. Neste momento, já ficou claro para o público que a maternidade é feita de acertos e erros, e que não há espaço para cobranças excessivas por perfeição.
Além dos desafios já conhecidos da maternidade, como as noites mal dormidas, as inseguranças e a constante pressão por dar conta de tudo, existem vivências que seguem caminhos diferentes do que muitos consideram o “padrão”. É o caso das mães atípicas, que criam filhos com necessidades específicas, e das mães adotivas, que percorrem jornadas emocionais únicas. Essas experiências exigem ainda mais rede de apoio, empatia e compreensão para que a mãe possa exercer seu papel sem se sentir sozinha ou cobrada a corresponder a padrões inalcançáveis. “Essas comunidades se juntam e a gente precisa saber ouvir e conhecer novas comunidades de diferentes realidades”, comenta Andressa.
A maternidade adotiva, apesar de repleta de amor, pode envolver desafios emocionais específicos, como o processo de construção do vínculo e a adaptação às diferenças culturais e históricas da criança. Estudos mostram que o suporte familiar e social é essencial para o sucesso dessa relação. Pesquisas apontam que entre 10% e 32% dos pais adotivos enfrentam depressão após a adoção, com sintomas semelhantes aos da depressão pós-parto, como fadiga, alterações no apetite, dificuldades de concentração e sentimentos de desesperança. “O processo longo de adoção é muito doloroso porque você tem que ficar durante todo o processo lidando com um assunto delicado”, explica Manoela Pereira. Ela ainda acrescenta: “Quando eu adotei, não tinha uma rede de apoio, então busquei em comunidades essa rede”.
Além disso, a sensação de isolamento e a pressão por corresponder a expectativas idealizadas podem gerar insegurança. Grupos de apoio à adoção mostram-se eficazes na redução de sintomas de ansiedade e depressão, ajudam a revisar crenças sobre adoção e oferecem suporte emocional e prático para lidar com as demandas comportamentais do filho.
No Brasil, cerca de 3,5 milhões de crianças vivem em famílias monoparentais, em sua maioria lideradas por mulheres, o que reforça a importância de políticas públicas e programas que incentivem a criação de redes de suporte para essas mães. Esse dado revela um desafio ainda maior: muitas mulheres sofrem com a sobrecarga das responsabilidades, sem ter ninguém com quem compartilhar as tarefas, e isso acontece especialmente quando se trata de mães de crianças com necessidades atípicas, que demandam ainda mais apoio. “As redes de comunidade salvam muito, sempre que eu preciso de alguma coisa eu recorro aos grupos e as outras mães sempre me ajudam”, diz Marcela Barci.
Essas mulheres enfrentam uma realidade ainda mais dura: segundo dados do Instituto Baresi, 78% dos pais abandonam mães de crianças com deficiência ou doenças raras antes dos filhos completarem cinco anos de idade. Esse cenário agrava a sobrecarga emocional, física e financeira das mães sozinhas, que se tornam, ao mesmo tempo, cuidadoras principais, terapeutas improvisadas e administradoras do lar, contando quase sempre com pouca ou nenhuma rede de apoio. “Minha primeira gravidez foi muito solitária, eu fui aprendendo todas as responsabilidades com o meu filho sozinha desde o inicío, comenta Fernanda Bande.
Conciliar maternidade e carreira ainda é um desafio diário para muitas mulheres no Brasil. Entre jornadas múltiplas, cobranças e falta de apoio, o ambiente de trabalho nem sempre está preparado para acolher as demandas dessa fase da vida, o que acaba afastando mães do mercado ou limitando suas oportunidades de crescimento. Mais da metade das mães brasileiras estão fora do mercado de trabalho, e dentro delas, apenas 15% ocupam cargos de liderança ou gestão. Muitas relatam ainda estar sujeitas a discriminação em processos seletivos, com perguntas invasivas sobre filhos em 83,7% das entrevistas e 38% reconhecendo que recebem salários menores em comparação a colegas na mesma função.
“Na BabyCenter, todos os nossos conteúdos são validados por médicos. Além disso, boa parte das nossas publicações são pautadas pelas usuárias das comunidades”, diz Mariana Almeida sobre como a BabyCenter funciona. Ela conta também que existe uma troca de informações e experiências entre os funcionários, auxiliando na produção.
Programação do 19º Seminário Pais&Filhos
- 09h00 – Abertura dos portões
- 10h00 – Apresentação do tema
- 10h30 – Palestra I – A arte de saber pedir ajuda, com Isa Minatel
- 11h30 – Bate-papo I: Juntas&Empreendedoras, com Ana Fontes e Fernanda Paronetto
- 12h00 – Sorteio
- 12h15 – Almoço
- 13h15 – Mesa-redonda I – Pai não é rede de apoio, com Eliezer, Beto Bigatti, Thiago Godoy, Tadeu França e Luccas Neto
- 14h- Bate-papo II: Síndrome da Perfeição, com Silvia Lobo e Valesca Karsten
- 14h20 – Bate-papo III : Especial Boiron: Você não está sozinha, com Beatriz Hlavnicka
- 14h40 – Bate-Papo IV: Especial Colégio Humboldt: Escola é rede de apoio, com Erik Hörner
- 15h00 – Bate-papo V: Socorro, comunidade!, com Manoela Pereira, Fernanda Bande, Marcela Barci e Mariana Almeira (Baby Center)
- 15h30 – Intervalo com ativações das marcas
- 16h00 – Palestra III – O (des)controle das gerações, com Dado Schneider
- 17h00 – Mesa-redonda II – Sozinhas? Sem chance!, com Naiumi Goldoni, Thaeme Mariôto, Fabi Claudino, Mileide Mihaile e Luciana Mello.
- 18h00 – Sorteio e encerramento, com Naiumi Goldoni, Thaeme Mariôto, Fabi Claudino e Luciana Mello.
- 18h00 – Sorteio e encerramento