Conhecida por seu trabalho como jornalista em programas como Jornal Nacional, Fantástico e Jornal Hoje, Fabiana Scaranzi tem trilhado um novo caminho após os 50 anos. Aos 60, ela celebrou a formatura no curso de Psicologia e compartilhou com a revista Quem como tem sido essa fase de redescoberta pessoal e profissional, inclusive em meio ao anúncio da saída de William Bonner da bancada do Jornal Nacional.
“Eu fiz lá atrás esse movimento que o Bonner está fazendo. Tem uma hora que você questiona como pode aproveitar mais o seu tempo”, conta Fabiana.
Estudar depois dos 50: “As pessoas ficaram surpresas”
A decisão de começar uma nova graduação aos 54 anos gerou surpresa entre amigos e colegas. Fabiana, no entanto, sempre teve interesse em comportamento humano, especialmente após cursar uma pós-graduação em Psicologia Positiva.

“Muita gente me perguntou: ‘Para que fazer isso? Você já é bem-sucedida’. Como se estudar precisasse ter uma finalidade”, relembra. “Muitas pessoas acham que, depois dos 50, a mulher tem que sossegar porque já realizou tudo.”
A convivência com alunos bem mais jovens foi um desafio inicial, mas logo se transformou em uma experiência rica.
“Disse a eles: ‘Aqui sou aluna como vocês. Vou ter dúvidas, não vou tirar 10 o tempo todo’. Depois disso, nossa relação ficou ótima”, conta, orgulhosa das amizades que mantém até hoje com ex-colegas de sala.
Quando o filho sai de casa: como ela lidou com o “ninho vazio”
A saída do filho único, Felipe, de casa foi um marco emocional para Fabiana. Mesmo com 29 anos, a mudança mexeu profundamente com a rotina e os sentimentos da mãe.
“As minhas amigas falavam: ‘Mas ele já tem 29 anos’. Não importa. A casa muda completamente”, desabafa.
O estudo da Psicologia ajudou não só na transição de carreira, mas também na compreensão das próprias emoções. Fabiana transformou esse vazio em conexão, criando com o filho um novo hábito: cozinhar juntos aos domingos.
“Não é sobre fazer a receita certa, mas sobre a conexão. Enquanto cozinhamos, falamos sobre a vida, planos, e mantemos esse vínculo. Virou um hábito”, explica.
Propósito renovado: palestras, mentorias e novos projetos
Atualmente, Fabiana viaja o Brasil com suas palestras e mentorias voltadas para mulheres 40+, especialmente em temas como comunicação, transição de carreira e bem-estar emocional.
“Às vezes a pessoa acha que fala mal, mas por trás há traumas, inseguranças. Por isso sempre digo: todo mundo deveria fazer terapia. Deveria ser como escovar os dentes”, defende.
Ela também participa, quinzenalmente, de encontros com o psiquiatra Arthur Guerra e outras mulheres, onde debatem temas como envelhecimento ativo, saúde mental e reinvenção pessoal.

“Quero viver do meu jeito”
Com a maturidade, Fabiana se tornou ainda mais seletiva com as pessoas, os trabalhos e os projetos com os quais se envolve.
“Não quero estar com quem não me faz bem, nem ganhar dinheiro com algo que acho horroroso. É corajoso se perguntar como quer viver o resto da sua vida”, afirma.
Para 2026, ela já tem novos planos: iniciar uma pós-graduação em Terapia Cognitivo-Comportamental.
“A gente vai descobrindo o que alimenta a nossa alma. O que me alimenta é estudar, é me realizar. Cada pessoa tem que descobrir o que funciona para ela.”










