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Dona Maria, de 70 anos, cuida sozinha dos dois filhos de 47 e 49 anos que têm graves transtornos mentais. Ela vive praticamente trancada numa casa de dois cômodos numa comunidade de Diadema, região metropolitana de São Paulo.
Com a idade já avançada, é Maria que dá banho, troca fraldas e alimenta os filhos. O mais novo, Márcio, vive agachado pelos cantos. Já o outro, após uma grave queda na escada, está com o joelho quebrado e não consegue se locomover. A família não consegue ninguém para ajudá-lo. “Eu vivo prisioneira com eles. Se não for eu, quem é que vai cuidar?”, disse emocionada a equipe do Razões para Acreditar.
A senhora de 70 anos está doente e já sofreu dois AVCs, e mesmo internada, saiu do hospital para não deixar os filhos sozinhos. O marido e pai dos meninos, já está com 79 anos e também sofre com problemas de saúde. Bem fraquinho e sem ter como ajudar, não consegue contribuir fisicamente, e muito menos financeiramente na vida dos filhos.
Na entrevista feita para Razões para Acreditar, Dona Maria se emocionou muito. Ela disse que nesses 47 anos dedicados aos seus filhos, nunca recebeu uma visita ou foi questionada se necessitava de alguma ajuda financeira.
Dona Maria vive trancada o dia todo com seus dois filhos. Ela não tem acesso a vida fora de sua casa porque o percurso todo até sua residência não é acessível para ela e nem para os filhos que não se locomovem direito. Ela, seu esposo e os filhos vivem apenas com salário mínimo de um benefício.
Mãe cria os filhos autistas sozinha com 212 reais por mês
Jéssica Renata da Silva é uma das diversas mães solteiras que passam por dificuldades para criar seus filhos. Ela mora de favor em um quintal de uma simples casa, no Alto José Bonifácio, em Recife. Jéssica tem três crianças autistas, e sem a ajuda de ninguém e sem condições para trabalhar devido a condição dos filhos, Jéssica depende de 212 reais por mês da Bolsa Família.
Os filhos Carolos Daniel, de 8 anos, Carlos Eduardo, de 5 anos e Davi Lucas, de 3 anos possuem autismo, portanto a convivência com outras pessoas é quase um desafio. Os pais dos meninos não ajudam com absolutamente nada, portanto Jéssica precisa sempre arrumar um jeito de cuidar deles.
“O mais difícil é que eu não tenho suporte. Sou só eu para fazer tudo com eles. Por passar, às vezes, a noite acordada, tenho que estar bem no outro dia. Isso reflete muito na rotina”, desabafou a mãe solteira.
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