Um grave acidente doméstico ocorrido em Leicester, na Inglaterra, gerou alerta global sobre os perigos de carregar dispositivos eletrônicos durante a noite. A vítima, Chamiah Brindley, conhecida como Miah, tinha apenas 6 anos e perdeu a vida em um incêndio iniciado por um vape que estava sendo recarregado ao lado de sua cama.
O vape é um cigarro eletrônico muito popular entre jovens, que aquece líquidos para inalar vapor. Embora seja divulgado como “menos prejudicial que o cigarro”, estudos mostram que pode causar danos semelhantes à saúde. O caso aconteceu em setembro de 2024 e voltou a ser debatido em 6 de outubro de 2025, quando novas informações foram apresentadas em uma sessão de inquérito sobre as causas da tragédia.
O início do incêndio: falha em bateria de íon-lítio
De acordo com o relatório divulgado pela BBC, o incêndio teve origem em uma falha na bateria de íon-lítio do vape. O aparelho estava conectado à tomada próxima à cabeceira da cama de Miah, no sótão da casa, onde ela dormia com a irmã mais velha.
Por volta das 4h da madrugada, a mãe da menina, Tracey Moore, foi despertada pelos gritos de uma das filhas, alertando sobre o fogo. Ela conseguiu retirar da residência dez crianças e dois adultos, mas percebeu tarde demais que Miah ainda estava presa no cômodo em chamas.
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Tentativa desesperada de resgate
Em depoimento, Tracey relatou o desespero para salvar a filha. Ela e outros familiares tentaram entrar no quarto, mas o fogo intenso e a fumaça densa tornaram o acesso impossível. “Corri com meu companheiro e meu filho, mas o calor era insuportável. Meu cabelo chegou a queimar”, contou emocionada.
Os bombeiros confirmaram que enfrentaram grande dificuldade para acessar o local, pois a porta do sótão era reforçada e precisou ser arrombada. Além disso, os detectores de fumaça haviam sido removidos meses antes, o que atrasou o alerta.
Outro obstáculo crítico foi o fato de que as janelas do teto estavam pregadas, impossibilitando qualquer tentativa de fuga.
Resultado devastador e investigação
Quando os bombeiros finalmente conseguiram chegar ao quarto, Miah já estava sem vida. A morte foi confirmada cerca de 20 minutos após o início do incêndio. O relatório médico apontou inalação de fumaça e gases tóxicos como a causa do falecimento.
O perito Dean Thornton, do corpo de bombeiros local, informou que oito dispositivos de vape foram encontrados no quarto. O modelo que causou o incêndio estava ao lado da cama da vítima, mas a origem exata do equipamento não pôde ser determinada.
Uma adolescente de 14 anos chegou a ser detida para averiguação, mas foi liberada sem acusações após a análise do caso.
Alerta para os riscos de recarga de eletrônicos
O caso de Miah levantou discussões sobre segurança elétrica e responsabilidade doméstica. Especialistas alertam que carregar eletrônicos, especialmente aparelhos com baterias de íon-lítio, durante a noite pode representar alto risco de incêndio.
A tragédia reforça a necessidade de manter detectores de fumaça instalados, evitar sobrecarga de tomadas e nunca deixar dispositivos em recarga sobre superfícies inflamáveis.
O inquérito segue em andamento, mas a história de Chamiah Brindley já serve como um alerta mundial sobre o perigo oculto de um simples carregador ligado.
