A decisão de ter filhos em idade mais avançada vem se tornando cada vez mais comum e isso também vale para a paternidade.
Por muito tempo, acreditou-se que os riscos da gestação tardia estavam ligados apenas à idade da mulher. No entanto, alguns estudos revelam que a saúde do homem também tem papel essencial no processo de gravidez.
Pensando nisso, trouxemos dados de estudos realizados por algumas universidades. A seguir, confira mais detalhes. Essa matéria também contém informações do site UOL.
No entanto, antes de adentrarmos no assunto, é importante reforçar que não tem idade certa para se tornar pai ou mãe.
O impacto da idade paterna na saúde dos filhos
De acordo com estudos, homens que se tornam pais após os 40 anos enfrentam mudanças significativas na qualidade do esperma. Com o passar do tempo, a quantidade e a motilidade dos espermatozoides tendem a diminuir.
Além disso, mutações espontâneas no DNA passam a ser mais frequentes, o que pode afetar diretamente o desenvolvimento do feto.
Um levantamento sueco de 2014 indicou uma relação entre a idade paterna avançada e o aumento de diagnósticos de autismo e esquizofrenia nas crianças.
Isso se deve ao acúmulo de alterações genéticas nos espermatozoides ao longo dos anos. Como resultado, esses filhos apresentam maior vulnerabilidade a transtornos psiquiátricos e neurológicos.
Evidências científicas reforçam os riscos à saúde da criança
Pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, publicaram dois estudos no British Medical Journal (BMJ), em 2016 e 2018.
Neles, eles mostraram que a idade do pai pode afetar não só a fertilidade, mas também elevar o risco de doenças congênitas nos filhos. Entre elas estão cardiopatias, formas raras de nanismo e até alguns tipos de câncer.
Esses achados revelam que a influência da idade paterna vai além. A integridade genética do espermatozoide tem papel fundamental na formação saudável do bebê.
Como o envelhecimento masculino afeta a fertilidade
Apesar de muitas vezes ser ignorada, a capacidade de reprodução do homem também envelhece.
Com isso, a partir dos 40 anos, especialistas observam queda na qualidade seminal, o que inclui menor volume e alterações morfológicas. Após os 60 anos, essas alterações se tornam ainda mais evidentes.
Essas condições podem levar a abortos espontâneos, dificuldades na gestação e até a complicações no desenvolvimento da criança.
Fatores que aceleram o envelhecimento reprodutivo
Nem todos os homens envelhecem da mesma forma. Fatores ambientais e de saúde podem acelerar esse processo. Doenças crônicas, infecções, desequilíbrios hormonais e até varizes testiculares (varicocele) contribuem para uma queda precoce na qualidade do esperma.
Por isso, manter hábitos saudáveis e realizar exames periódicos são atitudes importantes para homens que desejam ter filhos.
A saúde reprodutiva masculina deve receber a mesma atenção que a feminina quando o assunto é planejamento familiar.
A medicina é uma aliada da paternidade tardia
Apesar dos possíveis riscos à saúde da criança, os avanços da medicina reprodutiva oferecem alternativas seguras para quem deseja adiar a paternidade.
Métodos como a fertilização in vitro, o congelamento de esperma e a inseminação artificial são recursos eficazes para preservar a fertilidade e reduzir complicações.
O congelamento do sêmen, por exemplo, permite que o homem preserve espermatozoides em idade jovem, minimizando o impacto do envelhecimento futuro.
Já em casos de infertilidade, a reposição hormonal ou até a doação de esperma podem ser consideradas.
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