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Quando você é negro, muitas vezes, amor nem de mãe

Por Toda Família Preta Importa
07/03/2023
Em Coluna
O racismo também afeta as relações inter-raciais

O racismo também afeta as relações inter-raciais Getty Images

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**Texto por Mauro Baracho, graduado em ADM, mestre em antropologia social, explica de forma didática questões raciais

mãe abraçando filha
O racismo também afeta as relações inter-raciais (Foto: Getty Images)

Os estudos sobre famílias inter-raciais e famílias negras no Brasil parecem contrariar o famoso ditado de que “amor é só de mãe”. Estas pesquisas revelam que o afeto é distribuído de acordo com as características raciais dos filhos. O conceito de racismo estrutural tem sido amplamente debatido nos últimos anos e em diversos ambientes da vida social. Falar sobre este conceito tão popular é também analisar como as hierarquias raciais se reproduzem dentro das nossas relações mais íntimas. O que nos faz questionar se de fato o amor é um sentimento puro e livre de preconceitos.

O trabalho sobre estigmas raciais e socialização em famílias negras, da socióloga norte-americana, Elizabeth Hordge-Freeman, demonstra que o afeto em famílias negras pode ser regulado mediante as características raciais dos filhos. Assim, crianças com tom de pele mais claro, traços mais afilados e cabelos lisos, ou seja, com características mais próximas da branquitude, tendiam a receber mais atenção e carinho dos pais. A escritora também relata, em seu livro, o uso de “rituais raciais”, feito pelos pais, para que seus filhos nasçam “bonitos”. Um destes rituais consistia em esquentar os dedos no fogo de uma vela e passar sobre o nariz do bebê para que ele afinasse. Este procedimento ocasionava, por vezes, em obstrução das vias respiratórias da criança. Uma das conclusões da socióloga é de que o amor vai parecer para você a depender de como você se parece.

No que diz respeito às famílias inter-raciais, a pesquisa da psicóloga Lia Vainer Schucman, aponta que as famílias podem se configurar como o primeiro espaço de reprodução das hierarquias raciais. A “negação da negritude” é um importante conceito discutido pela psicóloga em seu livro “Famílias inter-raciais: tensões entre cor e amor”.  A “negação da negritude” se refere a atitude que membros brancos das famílias inter-raciais incorriam ao negar que os membros negros se classificassem como “negros”. Esta era uma condição para que estas pessoas brancas pudessem direcionar cuidado, atenção aos consanguíneos negros.

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Em suma, negar a negritude de alguém, que se quer direcionar afetos, significa não o classificar em uma categoria cravejada de estereótipos negativos como “negro”. Assim, estas pessoas abririam mão de condenar os estereótipos racistas acerca das pessoas negras para classificá-las com expressões de falsa consciência como “moreno”, “mulato”. Os trabalhos sobre famílias negras e famílias inter-raciais brasileiras refletem parte importante da história brasileira pouco contada.

Após a abolição da escravidão tendo em vista o grande número de negros residentes no país, o estado brasileiro, apoiado pela elite intelectual, promoveu uma rígida politica de imigração que visava o clareamento da população. A política de branqueamento marcou um período conhecido como “período eugênico brasileiro”. A eugenia, que em tradução significa “boa raça”, tinha como objetivo clarear a população através da vinda de imigrantes europeus para o país. Esta política se fundamentava na crença de que os brancos europeus seriam “raças superiores” e no cruzamento com negros e indígenas, entendidos como “raças inferiores”, produziriam gradualmente o embranquecimento da população.

Como nos lembra a antropóloga Laura Moutinho, para os eugenistas, descendência era algo que se herdava do pai. Por isso o decreto nº 528 de 1890, que estabelecia as bases da imigração europeia para o Brasil, colocava como uma das exigências, para entrada dos mesmos, homens em idade produtiva e reprodutiva. O quadro “Redenção de Cam”, pintado por Modestos Brocos, em 1895, representou as crenças desta época trazendo um modelo de família que contava com uma avó negra escura, uma filha negra de pele clara, um marido branco português e uma criança branca.

O letramento racial, conhecimento sobre a dinâmica das relações raciais no país, é uma importante ferramenta na prevenção e combate de violências raciais que possam surgir dentro das famílias. Por vezes, estas violências raciais podem aparecer como forma de cuidado com a aparência dos filhos, mas que futuramente podem produzir sérios danos a sua autoestima. Construir formas de amor que contemplem e respeitem a identidade racial de pessoas negras é fundamental para a construção de ambientes seguros para nossas crianças negras.

Momento nostalgia: a gente tem um teste para você, mãe e pai!

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Tags: antirracismohistóriaracismoracismo estrutural
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