Como está a carteira de vacinação do seu filho? A Campanha Nacional de Vacinação contra Poliomielite foi prorrogada até sexta-feira, 30 de setembro, e ainda assim está com a meta bem abaixo do esperado. Segundo dados do Ministério da Saúde, apenas 54% (6.273.472 doses) das crianças foram imunizadas até o último dia 28. O objetivo era imunizar 95% dessa população.

A campanha contra a pólio, também conhecida como paralisia infantil, tem como objetivo imunizar crianças menores de 5 anos que ainda não foram vacinadas com as primeiras doses do imunizante (que é aplicado as 2, 4 e 6 meses de idade, via injeção intramuscular) e, também, aplicar a dose de reforço, que é a famosa gotinha, aos 15 meses e aos quatro anos de idade.
Veja o ranking dos estados que mais se aproximaram da meta de 95% da coberturas vacinal:
- Paraíba (86,82%)
- Amapá (82,85%)
- Alagoas (74,65%)
- Santa Catarina (73,05%)
- Ceará (69,41%)
Já, o que tiveram menores índices foram:
- Roraima (23,17%)
- Acre (24,49%)
- Rio de Janeiro (30,59%)
- Distrito Federal (33,09%)
- Pará (38,20)
Já, no recorte por região, o Sul ocupa o topo, com 64,62%, seguido do Nordeste (61,72%), Sudeste (50,32%), Centro-Oeste (44,69%) e, em último lugar, Norte (43,22%).
Vacina boa é vacina aplicada!
A queda nos índices de cobertura vacinal no Brasil está a cada dia mais preocupante! Segundo dados do Ministério da Saúde, os números têm despencado nos últimos dez anos. O índice de imunização recomendado acima de 90%, fechou o ano passado em 60,7%, conforme levantamento do DATASUS do Ministério da Saúde. Cadê o Zé Gotinha?
A cobertura vacinal está “descendo ladeira abaixo” desde 2015, mas a pandemia da covid-19 agravou ainda mais os resultados. O isolamento social junto a interrupção de serviços essenciais de saúde dificultou ainda mais o acesso à imunização de rotina contra outras doenças.
As consequências podem ser variadas, mas todas negativas. Uma delas é a volta de doenças já controladas no país, como o sarampo e a poliomielite, uma ameaça à saúde das crianças. De acordo com informações do Ministério da Saúde, a procura pela vacina contra poliomielite, caiu de 96,5% em 2012 para 67,6% em 2021. O último caso registrado no Brasil foi em 1989, mas esses números preocupam.
Recentemente, a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) alertou que o Brasil corre o risco muito alto de reintrodução da pólio. Segundo o infectologista, Presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, Marco Aurélio Sáfadi, pai de Pedro e Marília, isso significa que temos milhares de pessoas vulneráveis aos vírus. “Há registros de casos de paralisia infantil, que é a doença que a vacina da poliomielite previne, em países da Ásia e mais recente na África, isso significa que se o vírus chegar ao Brasil tem a possibilidade de espalhar com facilidade.”, explica Sáfadi.